amor não vivido

bom dia. superar uma relação fracassada é fácil. difícil mesmo é aceitar o fim de um amor que mal começou.

amor não vivido
bom dia. superar uma relação fracassada é fácil. difícil mesmo é aceitar o fim de um amor que mal começou.

A graça do desconhecido

FIRST THINGS FIRST

(Imagem: Exame | Reprodução)

Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.

A citação acima é do humorista, dramaturgo e escritor brasileiro, Millôr Fernandes. Conhecido por suas frases provocativas, ele conquistou leitores e admiradores pelo Brasil durante décadas.

  • Falando em frases provocativas, Nelson Rodrigues dizia que “se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém.”

Pegando a frase de um de ou de outro, a verdade é que se todos conhecessem a intimidade — sexual ou não — uns dos outros, é bem provável que ficaria muito mais difícil cultivar admirações.

Até porque, além de incríveis, as pessoas que a gente não conhece bem sempre parecem cultas, divertidas e sofisticadas. Sabem ponderar as palavras e nunca perdem a estribeiras em situações difíceis.

O engraçado é que, quando chegamos perto, toda essa perfeição vai pro buraco. O que era divertido vira bobo, o que era sofisticado vira fútil e, até nas situações mais cotidianas, as estribeiras saem do eixo.

  • E são nesses momentos que ficamos de frente pra uma verdade inescapável: ninguém É incrível, porque somos poços de oscilação.

Um dia estamos de bem com a vida, no próximo, o choro vem mais fácil. Pessoas cultas podem cometer erros de ortografia vez ou outra, e até os mestres do yoga ficam estressados quando o trânsito aperta.

Corrigindo a citação anterior, talvez sejam todas essas oscilações que nos fazem incríveis. No final do dia, melhor do que admirar a perfeição de quem a gente não conhece, é amar os defeitos de quem está do nosso lado.

Estante da vida

BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL

(Imagem: VSCO | Reprodução)

O amor que a gente não vive fica como um bibelô na estante da vida. Intocável, precioso, congelado no tempo e evocando boas memórias.

É ingrato o fim de algo que nem direito começou. É mais fácil superar algo que se viveu, se sentiu, se cansou, se brigou, se complicou, enroscou e desenroscou.

A história de amor de hoje é exatamente sobre isso: um amor em que os personagens viveram apenas os primeiros minutos do longa, deixando todas as outras cenas a serem gravadas.

Na vida real, os protagonistas desse encontro se chamam Isabela e Diego. Segundo ele, a “trombada” foi obra do destino brincalhão. Segundo ela, a decisão de permanecer foi consciente.

  • Trabalhavam na mesma empresa, mas nunca tinham conversado. Até que, por uma coincidência qualquer, acabaram na mesma mesa do self-service perto da firma.

Almoçaram. Tomaram café. Voltaram ao trabalho e seguiram algumas semanas assim, até que Isabela enviou um e-mail para um grupo em que Diego estava.

Pegando um comentário dela da semana anterior, ele mandou uma mensagem interna dizendo que gostaria de chegar em um cargo em que pudesse misturar inglês e português sem ser julgado.

Conversaram. Riram. Trocaram telefones. E, de lá para frente, durante um ano inteiro, o assunto nunca acabou. Nem os almoços. E nem os cafés.

Dialogaram sobre tudo que fazia cada um único. Se surpreenderam sobre como suas estranhices combinavam e pela forma acolhedora que conseguiam ser “casa” um do outro.

  • Dividiram visão de vida, futuro, teorias malucas sobre o fim do mundo, desconfortos, neuras e piadas internas.

Acompanharam grandes e pequenos acontecimentos da vida um do outro. Trocaram dicas de filmes, livros, músicas, restaurantes e até alguns perfis legais pra seguir no Instagram.

Nesse meio tempo, Diego alugou um apartamento. Na entrega das chaves, Isabela deixou a seguinte mensagem pendurada no interfone: “welcome to the real world, it sucks... You gonna love it”.

Ela também estava lá em cada pequena grande mudança. Em cada desabafo e nos inícios e fins de todos os relacionamentos do Diego.

Até o dia em que perceberam que o relacionamento dos dois tinha que acabar para que o Diego se sentisse livre pra encontrar uma companheira. E a Isabela pudesse viver plenamente com o seu companheiro.

  • No relato dele, todas as mulheres que apareciam em sua vida eram medidas usando a Isabela de modelo — e isso não era justo.

Nas palavras dela, admitir que o afeto que existia entre os dois passava do nível de amizade era algo que ambos não queriam. Mas se fez necessário.

Em um sábado frio, sentaram frente a frente com um drink na mão — coisa que a Isabela começou a gostar por ele — e combinaram o fim de algo que nem sequer começou, mas parecia que sim.

Combinaram o ponto final de uma relação que fez ambos expandirem e florescerem durante um ano completo.

Combinaram o fim das conversas, dos almoços, dos cafés, dos drinks, das piadas internas, do “vi esse artigo e lembrei de você”, dos “já leu esse livro?”, das discussões filosóficas, das trocas de conselhos e dos olhares de admiração.

Falando desse ponto final, a Isabela repete: o amor que a gente não vive fica como um bibelô na estante da vida. Intocável, precioso, congelado no tempo e evocando boas memórias.

O fim não apaga o começo e o meio, que ficaram preciosamente acomodados na estante da sua vida. Um bibelô que apenas ela entende tamanho significado.

“Acordei e me senti velha”

PITACOS FEAT. GABI GELLI

(Imagem: Pinterest | Reprodução)

bom dia brasilzinho, meu nome é gabi gelli, eu sou artista plástica e comunicadora.

Tem uma coisa que vem acontecendo comigo que me deu vontade de compartilhar. Tenho 27 anos e de um mês pra ca eu simplesmente acordei um dia, fui lavar meu rosto como de costume, me olhei no espelho, e me senti velha.

É um fenômeno que acontece do dia pra noite, sem aviso prévio, você dorme jovem e acorda velha. É claro que eu sei que eu não estou velha-velha mas pensei em três coisas ao me perceber dessa forma.

A primeira é: qual é o problema ser velha? Porque esse termo atualmente tem uma conotação pejorativa? Não deveria ser a coisa mais rica do mundo considerando que envelhecer nada mais é do que o acúmulo de experiências que nos trazem sabedoria?

A segunda coisa é: o abuso de procedimentos estéticos colocou uma lupa em cada marca do nosso corpo, como se fossem erros que precisam ser consertados. A obsessão pela perfeição e proibição do envelhecimento me fizeram vigilantes pra cada ruga da minha testa e os meus seis cabelos brancos.

“Estaria eu de fato velha ou apenas sentindo a pressão imposta por uma sociedade doente que busca a qualquer custo a perfeição?” E essa perfeição na verdade fala de um lugar do irreal. Não sabemos mais se uma mulher tem 50 anos e parece ter 25 ou se é uma menina de 15 que colocou mls na boca e agora parece uma mulher de 40. Percebem a loucura?

A terceira é: me reconheci adulta. Parece que não acontece uma transição. Do nada você está pagando contas, morando sem seus pais, fazendo trabalhos importantes, e se percebe — adulto.

  • E essa percepção não veio enquanto esses passos estavam acontecendo, mas agora, sexta-feira, no último dia da minha exposição com a minha irmã.

Olhei pra aquela galeria “de gente grande” com os nossos trabalhos nas paredes e percebi que não foi “do nada”, eu caminhei até ali. O nome da exposição “Quando deixou de ser”, fala sobre a possibilidade de mudança, ao percebermos que algo “deixou de ser” abrimos espaço para que algo novo possa vir. Nesse dia eu entendi que deixei de ser adolescente e passei a ser adulta, com todos os desafios, mas também colhendo frutos desse caminhar, que deixa marcas, e que bom!

E por fim o papo clichê: eu não trocaria a maturidade, a clareza mental, tudo que eu aprendi por uma não-ruga na testa.

Para acompanhar mais devaneios da Gabi, é só clicar aqui e seguir o perfil dela no Instagram. Ah, e aqui está o link da exposição “Quando deixou de ser” que ela contou no texto. ❤️‍🔥

Daily Reminder ⏱

EDITOR'S PICK

(Imagem: Improvised Life | Reprodução)

Em vez de listar o que você ainda não conquistou, que tal tirar o domingo pra pensar nas coisas boas que já aconteceram com você até aqui? Pense nisso, siga as nossas dicas e seja feliz. 🧸

  1. Pensando nos amores que ficam como “bibelôs na estante da vida”, a nossa dica é o filme As Pontes de Madison, com a Meryl Streep e o Clint Eastwood. 🍿

  2. O assunto novo do #PodDasTranchesi é a espiritualidade. No episódio, as irmãs falam das suas experiências pessoais e do entendimento da fé como algo além da religião. 🎧

  3. Se você é mulher, com certeza já passou por alguma parecida. O livro Tudo Sara conta histórias sobre relacionamentos que já acabaram — mas deixaram marcas eternas. 📚

  4. Pra quem é apaixonado por pão, essa receita de brioche na manteiga é um acontecimento culinário. 🥖🧈

  5. Pra finalizar… Uma indireta bem quente — e cult — pra você usar nesse domingo. 🔥

😀😐🙁 Quão satisfeito você ficou com essa edição? Nos conte aqui.

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A próxima pode ser a sua 💌

FINAL NOTES

Gostou da história que leu? A próxima pode ser a sua. Conte pra gente aquela história de amor que só você sabe e tem dentro de si. Afinal, todo mundo tem a sua.

Envie para: [email protected]

Queremos compartilhar, pelo menos um pouquinho, desse sentimento que você tem aí dentro. Você nunca sabe o que ele pode provocar nas pessoas…

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