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aprender a sentir
domingo, 2 de fevereiro: "amor não é um enigma a ser desvendado, mas uma poesia a ser vivida. sua essência é feita de mistério, frio na barriga e intuições que o coração entende antes da mente."
aprender a sentir
o amor não é um enigma a ser desvendado, mas uma poesia a ser vivida. sua essência é feita de mistério, frio na barriga e intuições que o coração entende antes da mente.
O amor não é louco
FIRST THINGS FIRST
(Imagem: VSCO)
O amor não é louco. Sabe muito bem o que faz, e nunca, nunca, age sem motivo. Loucos somos nós, que insistimos em querer entendê-lo no plano da razão.
- Marina Colasanti
Na última terça-feira, faleceu a escritora Marina Colasanti, aos 87 anos de idade. Ela tinha Doença de Parkinson e morreu em sua casa em Ipanema, em decorrência de uma pneumonia.
Premiada e autora de mais de 70 obras, Marina falava sobre temas como o feminino, o amor, as relações humanas e a solidão.
Na citação acima, ela segue a ideia de que o amor tem a sua própria lógica, um entendimento que vai além das palavras e da razão.
É como se o amor fosse uma força mística, um rio profundo, que flui por onde quer, sem se preocupar com as nossas ponderações racionais e falhas tentativas de compreendê-lo.
Nós, pobres seres humanos, tentamos entender esse rio com redes de lógica, ciência e intermináveis listas de requisitos que consideramos essenciais em um parceiro.
Mas como já escreveu Martha Medeiros: “Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano.”
Essas são só referências. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
O amor não é um enigma a ser desvendado, mas uma poesia a ser vivida. Sua essência é feita de mistério, frio na barriga e intuições que o coração entende antes da mente.
Clarice Lispector já disse que “fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente.”
No fim, talvez seja essa a beleza do amor: não se preocupar em entender. Antes de buscar uma razão lógica para os amores e desamores, a gente precisa aprender a sentir.
Borboletas amarelas
BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL
(Imagem: Pinterest)
O Hernan é da Guatemala, e pede desculpas se algum erro gramatical aparecer no seu texto. A Dai é brasileira, e está ajudando-o a aprender português.
Os dois se conheceram trabalhando em um projeto da empresa — Artemis era o nome da empreitada. Já tinham se visto algumas vezes em reuniões, mas sem grandes emoções. Nunca tinham, de fato, se observado.
Até que, em uma noite de quinta-feira, a equipe do projeto saiu pra tomar alguns drinks e o Hernan sentou ao lado da Dai.
Conversaram sobre literatura, e foi uma coincidência linda descobrir que os escritores preferidos dela eram justamente os que ele estava acompanhando para aprender português — principalmente Conceição Evaristo, que escreveu “Olhos D’água”.
No decorrer das horas, eles conversaram muito, riram, e suas mãos se tocaram algumas vezes. Quando passou um vendedor ambulante com rosas de plástico, a Dai comprou uma para o Hernan. Foi nesse momento que ele disse que se apaixonou.
No dia seguinte, Hernan estava indo pro Rio de Janeiro curtir o Carnaval. Era a sua primeira vez presenciando esse espetáculo brasileiro, e as expectativas estavam altíssimas.
Quando foi procurar seu cigarro, encontrou a flor de plástico da noite anterior. Pensou na Dai e levou a flor pro bloquinho.
Tirou fotos dela na praia, no hostel, nos restaurantes e no meio da folia. Viveu o Carnaval pensando nela.
No último dia, Hernan acabou se perdendo em Copacabana, mas encontrou um bolo e foi até a multidão dançante. Como o destino é arteiro, descobriu que era um bolo em homenagem à Conceição Evaristo… Mas as surpresas não param por aí.
A escritora estava lá em cima do trio. E o Hernan estava lá. E a rosa estava lá. Ele tomou coragem e entregou a flor de plástico para a Conceição, e até tirou uma selfie pra comprovar.
No dia seguinte, enviou uma mensagem pra Dai dizendo que tinha “uma boa e uma má notícia.”
Ela respondeu que queria a má notícia primeiro, e ele disse que deu a rosa que tinha ganhado pra outra mulher. Sem dar muita bola, Dai respondeu: “Que bom! Alegrou o dia de alguém.”
E aí ele contou que a boa notícia era que essa mulher era a Conceição Evaristo, de quem eles conversaram com tanta paixão. Ele mandou a foto e eles começaram a acreditar em magia.
No dia 29 de fevereiro, Hernan escreveu a sua primeira carta pra Dai. Lembrando que 29/02 só acontece a cada 4 anos, ele disse que “um encontro como o dos dois era só uma vez na vida.”
Logo depois, Dai foi pra Cidade do México a trabalho, onde o Hernan mora. Na quinta-feira, saíram pra jantar — e roubaram pequenos copos de mezcal pra lembrar pra sempre desse encontro.
No sábado, foram a uma livraria de rua, e ele a esperou com uma câmera de fotos instantâneas na mão. Quando estavam indo jantar, Hernan tirou uma foto da Dai — que saiu borrada porque ele estava nervoso demais.
Depois disso, tiveram uma noite maravilhosa, mágica. Caminhando pela rua, falando sobre a rosa, petiscando comida mexicana, tomando alguns drinks e dançando cumbia até o sol raiar.
Após alguns meses, viajaram pra Costa Rica. Em uma noite, jantando de frente pro mar, conheceram uma criança com o nome mais particular do mundo, “Artemis”, assim como o projeto que os uniu.
Já se juntaram várias vezes no Brasil. E no México. E na Colômbia. E em qualquer lugar que dê pra encontrar.
Segundo o Hernan, o amor deles é uma loucura. Seja correndo nu para o mar em plena noite chuvosa ou se encontrando em um corredor do escritório. Abraços de chegada e abraços de partida.
Ele já viveu outras histórias, foi casado e tem duas filhas. O amor com a Dai começou tarde, mas chegou na hora certa.
O Hernan diz que ele, Dai e suas duas filhas são como quatro borboletas amarelas, que simbolizam a felicidade, a beleza e a renovação.
Os dois sabem que se conheceram em outras vidas, e escolheram seguir juntos nessa — e em todas as outras que virão.
No próximo final de semana, se encontrarão na Colômbia, para celebrar o aniversário da Dai.
As despedidas e reencontros são sempre difíceis, mas Hernan cita Maxwell Santos pra dizer: “Eu vou te esperar, e se parecer exagero, eu irei esperar mais um pouco. Te espero hoje como te esperei ontem. Eu vou te esperar todo dia.”
Por questões profissionais, eles ainda não têm uma data, mas já sabem que vão morar juntos muito em breve.
Desafiando o tempo, o espaço e todas as circunstâncias possíveis, o Hernan e a Dai sabem que encontraram o que todo mundo passa a vida inteira procurando. Amar também é sorte.
Ficou curioso pra conhecer o Hernan e a Dai? Eles já apareceram no nosso Instagram. 🧸
Amor ou amizade?
ENQUETE DO THE STORIES
Tema polêmico. Pra ajudar no TCC da colega, a gente quer saber a opinião dos nossos leitores.
Existe amizade entre homem e mulher? |
See you on Sunday! 💋
EDITOR’S PICK
(GIF: The Substance)
Aproveite o clima de domingo, seja feliz e siga as nossas dicas. Semana que vem tem mais! 🧸
Pra quem ama uma história de amor, essa trilogia é uma das melhores coisas que já inventaram. 🍿
Todo mundo já viu alguma receita de panqueca, mas a panqueca de banana que a Paola Carosella faz pro café da manhã é diferente. 🥞🍌
She is the moment. Além de talentosa, essa é uma das mulheres mais chiques do Brasil. 🥹
Se você está tendo um dia difícil, leia essa frase aqui. E depois leia de novo. E de novo. 🧸🥰
Never gets old. A estagiária ressuscitou essa música na semana passada — e não consegue tirar do replay. ❤️🔥
Nós poderíamos ter sido uma linda história de amor
CARTA ABERTA
(Imagem: Pinterest)
Começou como em qualquer filme romântico: a protagonista encontrou o mocinho e, de repente, tudo mudou. Chame do que quiser — amor à primeira vista, encontro de almas, karma ou apenas uma ilusão.
Não importa o nome; o fato é que aconteceu. Eu te conheci e meu mundo perdeu o foco, só existia você.
Ficamos nessa mesma noite, mas foi só isso. Apenas uma madrugada com a promessa de algo que parecia único. Um mês e meio se passou sem notícias, sem encontros.
Ainda assim, seu toque continuava impregnado em mim e minha pele implorava por você de novo.
Então, te vi novamente. Foi em uma festa. Quando nossos olhos se encontraram, minhas pernas simplesmente pararam de funcionar. O mundo inteiro desapareceu e eu nem percebi. Ficamos mais uma vez, e, por um momento, tudo se encaixou.
Como em qualquer filme romântico, veio a reviravolta. A paixão explodiu na noite em que estávamos bêbados em um patinete elétrico, rindo como dois idiotas, até a polícia nos parar.
Você foi levado para a delegacia e eu voltei para casa completamente envergonhada, acreditando que você nunca mais olharia para mim da mesma forma. Mas nos encontramos novamente. Desta vez, cheguei à sua casa sem interrupções, e foi como se o universo tivesse finalmente conspirado a nosso favor.
Estar com você não era apenas bom, era esclarecedor. Como se cada parte perdida da minha alma estivesse com você todo esse tempo. Você se tornou o centro do meu mundo, e, toda vez que estávamos juntos, eu esquecia como falar, como pensar, como ser qualquer coisa que não fosse sua. Depois de você, ninguém fez sentido.
Como em qualquer filme romântico, era tudo perfeito. Você colocava a mão na minha cintura e seus olhos nunca desviavam dos meus, como se lessem os pensamentos que eu não sabia expressar. Você fazia pão com ovo para mim, desenhando carinhas sorridentes com ketchup, enquanto o gato no seu colo me observava.
Assistíamos filmes, fazíamos amor até o amanhecer, falávamos sobre o nosso passado e futuro sob um céu estrelado. Minhas amigas viam como eu brilhava ao seu lado. Na minha cabeça, finalmente, eu vivia o filme que sempre sonhei. Mas só na minha cabeça. Porque, na realidade, nossa história de amor nunca existiu.
Para você, eu nunca fui a protagonista. Eu fui apenas uma das figurantes que passaram pelo seu filme. O pão com ovo sorridente, as conversas sob as estrelas, o gato no seu colo — eram só fragmentos de dias comuns, acontecimentos que você provavelmente já esqueceu.
Meu conto de fadas acabou antes mesmo de começar. Você olhou para ela e o seu mundo perdeu o foco. Pensou se era amor à primeira vista, encontro de almas, karma ou apenas uma ilusão. Para ela, você deu os “eu te amo” que eu nunca recebi, o filme que eu achava ser nosso. Ela não apenas ganhou as noites estreladas e as carinhas sorridentes feitas de ketchup — ela ganhou você por inteiro.
E eu fiquei com o vazio. Um vazio que eu me esforço para preencher com todas essas memórias. Mesmo sabendo que elas não têm significado para você. Ainda estou presa no nosso filme. Ainda comparo cada homem a você, incapaz de abrir espaço para mais ninguém. Porque ninguém é você. Ninguém se impregnou na minha alma como você.
Eu digo que te superei. Digo que está tudo bem agora. Mas faz um ano. Um ano desde que te vi com ela na praia, trocando carinhos que nunca pertenceram a mim. Um ano desde que escrevi que seria a última vez que pensaria em você. E aqui estou eu. Ouvindo “O Destino Não Quis” do Maneva e escrevendo sobre você.
Porque, no fim das contas, você foi o meu primeiro amor. E isso ainda dói.
C.
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