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amores líquidos
domingo: 26 de outubro: “o amor é uma aposta arriscada; só quem está pronto a se expor à perda é capaz de amar.”

amores líquidos
“o amor é uma aposta arriscada; só quem está pronto a se expor à perda é capaz de amar.”

Para entrar no clima da edição de hoje, esta música marcou a história do nosso casal. 🧸
FIRST THINGS FIRST
Até segundo aviso

(Imagem: Getty Images)
Amor líquido é um amor “até segundo aviso”, o amor a partir do padrão dos bens de consumo: mantenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e os substitua por outros que prometem ainda mais satisfação. Na sua forma “líquida”, o amor tenta substituir a qualidade por quantidade.
Zygmunt Bauman (1925–2017), filósofo e sociólogo polonês, um dos grandes pensadores do nosso tempo, dedicou boa parte de sua obra a refletir sobre a fragilidade dos vínculos humanos.
- Segundo ele, “os tempos são líquidos porque tudo muda muito rápido. Nada foi feito para durar.” 
E mesmo sem se aprofundar em Bauman, é fácil perceber o quanto seu conceito de liquidez se espalhou pela nossa realidade.
As infinitas possibilidades do mundo contemporâneo nos dão uma sensação enganosa de liberdade — como se não precisássemos mais enfrentar as dificuldades, apenas substituí-las.
- Quando um namoro se complica, partimos para o próximo. 
- Quando o trabalho pesa, pedimos demissão. 
Mas, como dizia Bauman, “o amor é uma aposta arriscada; só quem está pronto a se expor à perda é capaz de amar.”
Buscar satisfação é natural, mas confundimos felicidade com ausência de incômodo.
Para o filósofo, ao contrário disso, a felicidade seria “um trabalho contínuo de costurar fragmentos de sentido num tecido de vida.” Ou seja, a verdadeira alegria está na construção, não na substituição.
A pressa em fugir do que exige paciência nos faz perder a chance de aprofundar o que poderia ser belo. No amor, na amizade ou no trabalho, o que realmente floresce é o que é cuidado.
- Mas, num mundo que incentiva o descarte, aprendemos a trocar antes de consertar, nos afogando em uma escassez de sentido. 
É claro que devemos buscar o que nos desperta, o que traz brilho ao olhar.
Mas, precisamos aceitar: nem o maior dos amores, nem o melhor dos empregos será bom todos os dias.
Até quando “tudo dá certo”, haverá ruídos, silêncios e pequenas frustrações. Ainda assim, com esforço, presença e dedicação, algo pode ser bom, não apenas por um tempo, mas por toda uma vida.
Porque o amor que resiste não é o que foge do cansaço, mas o que aprende a descansar dentro dele. É o que entende que permanecer, às vezes, é um grande exercício de liberdade.
BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL
Vale a pena tentar

(Imagem: VSCO)
Outro dia mesmo, em 12 de outubro, feriado de Nossa Senhora Aparecida, a Duda e o Rodrigo completaram 12 anos de namoro. Mas foi exatamente ontem, no dia 25, que esse namoro virou casamento.
Uma celebração íntima, apenas com os familiares mais próximos, do jeitinho que mais parecia com eles.
Os caminhos dos dois, em teoria, jamais deveriam se cruzar. Nasceram em cidades diferentes, não tinham amigos em comum nem parentes que se conhecessem… nada.
A Duda até teve a chance de fazer faculdade na mesma cidade onde o Rodrigo estudou, mas escolheu outro rumo… E foi justamente nesse período que os dois se conheceram — de um jeito completamente aleatório.
Parecia mesmo coisa do destino, alinhando histórias que seguiam em direções opostas.
- Foi então que eles descobriram um sobrenome em comum, gostos parecidos, sonhos parecidos — e decidiram que aquele acaso merecia uma chance. 
Eles se conheceram em 2013, durante um evento da instituição em que faziam trabalho voluntário, a AIESEC. Na época, a Duda tinha 19 anos; Rodrigo, 20. E desde então estão juntos.
Foi amor à primeira vista, do tipo que a gente quase duvida que exista — mas que acontece, de repente, quando menos se espera.
Desde aquele encontro, viveram praticamente toda a juventude lado a lado: os anos de faculdade (ele em Engenharia Civil, ela em Direito — e depois em Letras, incentivada por ele), os primeiros trabalhos e as transformações de quem está aprendendo a ser adulto.
- Foram 10 anos de namoro à distância, com toda a saudade, a paciência e o esforço que isso exige. Um intenso ir e vir da vida acontecendo. 
Nessa época, ainda se mandavam SMS e se faziam chamadas de voz para conversar. E eles conversavam todos os dias — até quando chovia, e o Rodrigo subia na laje de casa com um guarda-chuva só para tentar achar sinal no celular.
A distância acabou em 2023, no mês do aniversário da Duda, quando o Rodrigo chegou “de mala e cuia” para tomar posse no concurso em que finalmente foi aprovado.
Hoje, moram juntos em Belo Horizonte, construindo a vida que sonharam por tantos anos.
A Duda olha para o relacionamento com orgulho e gratidão. Eles cresceram juntos, aprenderam a enfrentar as dificuldades e a aproveitar os bons momentos, sempre se apoiando e se respeitando.
Em 12 anos de convivência, nunca houve um dia em que ela não admirasse o Rodrigo. Ela diz que ele é uma pessoa maravilhosa — calmo, paciente e equilibrado, o contraponto perfeito para a ansiedade dela.
Ele também é engraçado, inteligente e curioso; conversa sobre tudo e sempre tem algo interessante a acrescentar. Tem um olhar generoso sobre o mundo, sempre disposto a ajudar e a espalhar alegria por onde passa.
- Duda diz que o Rodrigo é a alma da festa, um geminiano nato, com ascendente em Leão (segundo ela, isso explica muita coisa, rs). 
Ela ama a forma como ele cuida dele mesmo, dela e da casa que compartilham — nos pequenos detalhes, no cotidiano que se constrói com carinho. Ama o quanto ele valoriza a família e o quanto se empolga com a ideia de formar a deles.
Como ambos moram longe dos pais e irmãos, essa sensação de “estar em casa” um com o outro se tornou ainda mais preciosa. É assim que ela se sente ao lado dele: em casa.
Mas mesmo com tanto amor, não foi fácil chegar até o casamento. Mas eles chegaram, com o coração aberto, grato e cheio de felicidade por viver esse momento tão esperado e tão especial.
Em tempos de modernidade líquida e amores efêmeros, assumir um compromisso verdadeiro pode parecer raro. Mas eles decidiram, mais uma vez, que valia a pena tentar.
Afinal, como explicar a quantidade de acasos que precisou se alinhar para que os dois se encontrassem? Deve ser mesmo coisa do destino — ou, para quem crê, de Nossa Senhora, que os acompanhou desde o início.
- Na celebração de ontem, o casal sentiu de perto cada desejo e cada bênção, aquele raro instante em que a vida é melhor que o sonho. 
Os dois sabem bem que não estão sozinhos nesta caminhada. Também sabem que, enquanto estiverem cercados por pessoas especiais, haverá amor — e, enquanto houver amor, haverá felicidade multiplicada.
A Duda é muito emocionada e, por isso, nem sempre consegue colocar em voz alta tudo o que sente — afinal, choro e boa dicção raramente combinam. Então, ela decidiu eternizar essa história por aqui e finalizar com seus votos:
Tem muita coisa na vida que acontece de repente, sem planejamento algum — e eu agradeço infinitamente por você ter sido uma delas.
Te encontrar foi e segue sendo o maior e melhor acaso da minha vida.
Prometo continuar valorizando essa sorte todos os dias, nos mais fáceis e nos mais difíceis.
Mô, eu só sei que a vida é mais colorida com você, que os anjos cantam nosso amor, que se eu chorar vai ser de saudade e que, enquanto houver razões, eu não vou desistir.
Eu nem quero saber por quê — eu só quero viver o resto dessa vida com você.
Te amarei todo dia, todos os dias, até o fim.
Obrigada por ter dito “sim” a nós dois desde o primeiro instante.
E, como diria Carl Sagan: “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.”
Com amor,
da sua agora esposa,
Duda.
Ficou curioso pra pra conhecer Duda e Rodrigo? Eles apareceram no nosso Instagram. 🧸
ENQUETE DO THE STORIES

(Imagem: Vanilla Sky)
| Você acredita em amor eterno? | 
RESULTADO DA ÚLTIMA ENQUETE
44,15% de vocês (479 pessoas) votaram que SIM, é possível amar alguém e ao mesmo tempo não querer se prender.
Abaixo, uma resposta de destaque por opção:
→ (Sim) “Acredito ser perfeitamente possível amar e, ao mesmo tempo, cada manter sua vida independente do relacionamento — sendo fiel, é claro.”
→ (Não) “Na minha opinião, quando se ama, o que mais queremos é ultrapassar todos os sinais vermelhos e estar com quem amamos. Não existe isso de amar e não querer se prender. Pode haver amores "impossíveis", onde você ama incontávelmente aquele alguém, mas, por um N motivo, vocês não podem ficar juntos... isso acontece... e não é a mesma coisa de não querer se prender.”
→ (Depende da situação) “Momentos diferentes da vida no encontro de duas pessoas”
EDITOR’S PICK
Sunday’s Love 🌹

(Imagem: We Heart It)
Aproveite o clima de amor, siga as nossas dicas e seja feliz! ❤️🔥
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CARTA ABERTA
Sobre amor nos tempos líquidos

(Imagem: Before Sunrise)
Olá, equipe do the stories,
Leio todos os domingos as histórias que vocês compartilham e, confesso, sempre termino com o coração apertado — não de tristeza, mas de uma mistura bonita e dolorida de esperança e saudade de algo que eu ainda nem vivi.
Cada história de amor que chega até mim é como uma janela aberta para um mundo em que dois corações, por acaso ou destino, se encontram. E eu, do lado de cá, sigo me perguntando: quando será a minha vez?
Tenho 25 anos e, se há algo que tenho aprendido, é que amar hoje não é simples. Nessa faixa etária dos 25 aos 35 anos, parece que todos estão correndo atrás de algo — carreira, viagens, liberdade, estabilidade — e, no meio dessa correria, o amor real vai ficando em segundo plano, como se fosse um bônus e não um desejo legítimo.
Os encontros, muitas vezes, são rasos. Os papos giram em torno de likes, stories e aquela eterna indecisão entre “quero algo sério” e “não tô pronto para me envolver”. Os relacionamentos parecem durar o tempo de uma playlist: começam intenso e terminam de forma silenciosa e sem explicações, deixando apenas a sensação de que tudo foi rápido demais para ter sido verdadeiro.
Enquanto isso, a gente — que ainda acredita no amor, no toque de verdade, no silêncio confortável de quem se entende sem precisar falar muito — se sente um pouco deslocado. As baladas estão cheias de gente com pressa, os aplicativos cheios de promessas vazias e as conversas cheias de máscaras.
Mas, mesmo assim, sigo acreditando. Acredito que ainda existam pessoas que, assim como eu, preferem conversas profundas a joguinhos emocionais, que ainda sonham com um amor que não precise ser perfeito — só verdadeiro. Acredito que, em algum lugar, alguém também esteja lendo textos como esse, pensando exatamente o que penso: “quando será a minha vez?”
Talvez a gente não precise se encontrar em uma balada, em um aplicativo ou em uma história de cinema. Talvez aconteça num dia qualquer, em um desses silêncios cheios de significado.
Por enquanto, fico com as histórias de amor de domingo — e com a esperança de que, um dia, a minha também será contada por aqui.
Com carinho,
Leticia V.
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RODAPÉ
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A próxima pode ser a sua 💌
FINAL NOTES
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