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domingo: 12 de outubro: “nem sempre é bom, nem sempre é ruim. desconheço a balança que mede isso. é o que é, aceito, rejeito, mas não escolho mais tirar de mim esse amor entranhado."

caminhando
“nem sempre é bom, nem sempre é ruim. desconheço a balança que mede isso. é o que é, aceito, rejeito, mas não escolho mais tirar de mim esse amor entranhado.”

Para entrar no clima da história, a dica é dar o play neste clássico aqui. 🕺
FIRST THINGS FIRST
Dias Perfeitos

(Imagem: Perfect Days)
Todos os dias, Hirayama acorda, compra um café gelado e dirige até o trabalho, no qual é responsável por limpar banheiros públicos na limpíssima Tóquio, capital do Japão. Na hora do almoço, ele come um sanduíche sentado num banco de pedra e aproveita para fotografar as árvores.
Todos os dias, o mesmo almoço, o mesmo banco, as mesmas pessoas e as mesmas árvores.
A sinopse do filme Dias Perfeitos, de Wim Wenders, que concorreu ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2024, pode parecer um tanto quanto monótona, mas é nesse cenário contemplativo e repetitivo que a mágica acontece.
Sem grandes acontecimentos, reviravoltas ou discursos, Wim Wenders transforma o cotidiano em contemplação.
Em um mundo em que tudo precisa ser produtivo, intenso e compartilhável, Hirayama parece viver em outra frequência: a do presente.
Com uma fotografia solar e brilhante, tudo que vemos na tela é bonito. Mas isso não acontece pela beleza do entorno, mas pelo olhar do personagem, que consegue ficar totalmente presente em tudo que ele realiza.
Nesse contexto, o filme mostra que o sentido da vida talvez não esteja em mudar o mundo, mas, sim, em enxergá-lo.
Ao perceber como a luz atravessa uma árvore, como um som familiar acalma. Limpando um banheiro, ouvindo uma boa música ou escolhendo um livro no sebo, Hirayama mostra como o trivial pode ser interessante.
Em um curto período de 24 horas, infinitos acontecimentos nos passam despercebidos. Coisas boas, ruins, fáceis de perder e que fazem a vida valer a pena.
Sem apelar para um otimismo forçado, o filme de Wim Wenders comprova que, com um olhar atento, todos os dias são perfeitos.
Clique aqui para escutar a trilha sonora do filme, que é deliciosa, contemplativa e um suspiro na correria do dia a dia. 🍃
BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL
Nem sempre é bom, nem sempre é ruim

(Imagem: VSCO)
Enquanto Miryellen ainda não tem sua própria história de amor para contar, ela gosta de lembrar — e registrar — a narrativa de onde veio: a história de Sebastião e Rosângela.
Tudo começou em 1988. Três anos depois, em 1991, eles se casaram. E, no dia 5 de outubro de 2025, celebraram 34 anos de casamento.
Na manhã daquele domingo, enquanto Miryellen os parabenizava pela data, escutou a mãe perguntar ao pai: "Você imaginava que hoje estaríamos aqui, completando 34 anos de casados?"
Sebastião sorriu e respondeu com a serenidade de quem nunca fez grandes planos: Não. Nunca pensei muitos anos à frente. Eu sabia que queria estar com você. O resto, a vida foi desenhando.
E é verdade. Eles nunca foram de traçar projetos grandiosos, mas de fazer planos pequenos e possíveis para todos os dias.
Talvez seja justamente isso o segredo: não começar a vida com alguém querendo abraçar o mundo, mas com a vontade constante de permanecer — mesmo quando as coisas ficam difíceis.
A frase da escritora Carla Madeira, “o amor não é bom todo dia, mas é bom a vida toda”, nunca fez tanto sentido para filha quanto ao olhar para os dois.
Há um trecho do livro Tudo é Rio que Rosângela adora. Quando Miryellen o leu pela primeira vez, correu para mostrar à mãe, que ouviu e disse que aquilo descrevia exatamente o casamento ao longo dos anos:
“Nem sempre é bom, nem sempre é ruim. desconheço a balança que mede isso. É o que é, aceito, rejeito, mas não escolho mais tirar de mim esse amor entranhado [...] Não quero viver sem Antônio, me caso todos os dias com ele, acordo e caso, depois faço o café. Tem dia que ele tá chato de doer, largo pra lá. Ele melhora sozinho e depois piora e torna a melhorar e a gente vai assim, tomando distância e diminuindo distância. Caminhando.”
E talvez seja assim mesmo que os casamentos longos sobrevivam: caminhando. Um dia de carinho, outro de cansaço; um de risos, outro de silêncio. Entre altos e baixos, o amor segue — imperfeito, mas inteiro.
Miryellen já perdeu as contas de quantas vezes pediu para ouvir a história de como tudo começou. Cada vez que escuta, há um novo detalhe, uma lembrança esquecida que ressurge.
Rosângela tinha 17 anos. Sebastião, 21. O primeiro encontro aconteceu em uma festinha de domingo à tarde, na casa da vizinha da mãe dela.
Na verdade, foi ela quem o viu primeiro — dormindo no sofá da sala. Quando ele acordou, nem reparou nela. Curiosa, Rosângela perguntou à mãe quem era aquele rapaz. “O irmão caçula da vizinha”, ela respondeu.
O tempo passou, os dois se cruzaram outras vezes no bairro, sempre de passagem. Até que uma amiga em comum resolveu intervir e convidou Rosângela para o cinema, num encontro de casais: ela e o namorado, Rosângela e Sebastião.
Durante o filme, Sebastião arriscou um beijo, mas levou um “calma aí, temos que nos conhecer primeiro”.
A partir daí, começou o interesse de verdade. Vieram as visitas, os passeios de fim de semana, as idas ao cinema no centro da cidade e as viagens de ônibus até o shopping — o único da época.
Depois veio o pedido de namoro, o noivado, o casamento, e, aos poucos, a vida inteira que eles construíram juntos.
Miryellen, curiosa, quis saber também qual era a música do casal. Rosângela respondeu sem hesitar: “Aquela do filme Dirty Dancing — ‘(I’ve Had) The Time of My Life’”.
Quando Miryellen leu a tradução, entendeu o porquê: “Você é a única coisa da qual nunca me canso”, dizia um trecho. E era exatamente assim que eles pareciam ser um para o outro.
Trinta e quatro anos depois, Sebastião e Rosângela seguem juntos, com a leveza de quem aprendeu a encontrar alegria nas pequenas coisas.
Amam tomar café expresso em cafeterias, jogar partidas intermináveis de mahjong no celular — com direito a competições de nível entre eles — e passar os finais de semana no sítio que construíram do zero.
Talvez a vida seja isso mesmo: uma sucessão de dias simples que, juntos, se tornam extraordinários. E o amor deles é prova viva de que o essencial mora justamente aí: na constância, no companheirismo e na escolha diária.
Miryellen costuma dizer que amar os pais é o sentimento mais natural que existe. Sebastião e Rosângela são amor que ensina, cuidado que acolhe e presença que acalma.
Eles nem imaginam, mas, todos os dias, as filhas aprendem algo novo ao observá-los, seja nas manhãs silenciosas, nas tardes de conversa e até nas pequenas discordâncias que logo se dissolvem.
Como disse Drummond, “O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar, no olhar silencioso da esperança.” O amor deles cabe assim: nas janelas da rotina, nas distâncias que se encurtam e na beleza simples de permanecer.
Ficou curioso para conhecer Sebastião e Rosângela? Eles apareceram no nosso Instagram. 🧸
ENQUETE DO THE STORIES

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(Imagem: VSCO)
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CARTA ABERTA
Já se passaram 6 anos

(Imagem: We Heart It)
Mãe,
Desde 2019, o mês de Outubro tomou um outro significado. Sempre apoiei as campanhas “coloridas” de todos os meses, mas, por algum tempo, ele não era ROSA para mim.
Outubro se tornou escuro quando soube que, a partir daquele ano, a lembrança de um diagnóstico sempre viria em primeiro lugar. Entretanto, você foi capaz de, mesmo em meio às trevas, ser luz e trazer de volta a cor desse mês.
Hoje, vejo o #outubrorosa com outros olhos, um coração cheio de esperança e uma vontade única de viver. Isso poderia ser uma história de tragédia, mas é de amor. Amor próprio, de maternidade e com a vida.
Quando te pedi para escrever uma carta para você mesma de 6 anos atrás, foi uma forma que vi de você poder revisitar um lugar de dor, mas com olhar de amor. Nem sei se você mesma estava pronta. Sei que sua história começou bem antes de um diagnóstico, mas foi necessária uma faísca para transformar o rumo dela totalmente.
Talvez você nunca publicaria essa carta e colocaria os sentimentos para fora, mas acredito que suas palavras têm que chegar a outros corações, para então colorir vidas, mesmo que por um mês. Afinal, um dia pode mudar tudo, e uma decisão também.
Te amo, te admiro e mal posso esperar para acompanhar os próximos capítulos da sua história. Beijos,
Sua filha, Petra Moreira.
“Querida Dani,
Já se passaram 6 anos. Não vou dizer que voaram, pois ficaria muito clichê. Mas cada momento, cada dia vivido se tornaram um respiro único e precioso. Me pergunto: por que é necessário sentir a vida desabar por um instante para pegarmos o atalho correto? Penso que, por vezes, é assim que o caminho se desenha.
O dia 02 de outubro de 2019 marcou e transformou a sua existência. Eu bem sei que seu chão se abriu e que as palavras pularam do papel em letras garrafais. Foi difícil de entender e compreender. Como era possível? Você sempre se cuidou, corpo, mente e espírito. E agora havia sido acometida por algo que evitamos até de pronunciar o nome.
Naquele dia, você caiu, ficou pequenininha e quis se aninhar no colo de Deus. Você tinha todo o direito. Também decidiu não dividir com os filhos até ter conhecimento sobre a dimensão do que iria vivenciar. Mas, dentro de você, uma voz mais forte pulsou e, com a imagem na mente da família linda que você construiu junto ao seu marido, seu melhor amigo e companheiro, você escolheu seguir com fé rumo à vitória.
Existiu uma espera que se traduzia em exames e mais exames, biópsias, dúvidas, medo, choro que foi traduzida posteriormente em uma caminhada. Ao mesmo tempo, uma coragem surgia e você se agarrava na certeza do que lhe fora confiado no coração: está tudo bem.
Você se alimentava de tudo que trazia esperança e sentido para a sua fortaleza. Sua fé cristã, sua família, seus amigos e seus hábitos esportivos e saudáveis. Eles foram alicerces para te ajudar a definir seu foco e olhar somente para a cura.
E ela se deu, minha querida. O que estava dentro de você foi embora. Fato. O nódulo era pequenino e, em razão de ter sido achado precocemente, foi totalmente removido. Nada ficou para trás. Sim, você continua fazendo check-ups, visitando médicos, indo à clínica oncológica 2x ao ano, o que nunca deixará de ser tocante, mas você segue curada. O físico só transpareceu algo que deveria ser curado mais profundamente.
Você entendeu o recado e aprendeu a lição. Buscou respostas, escancarou feridas e dores, rasgou silêncios. Reconciliou-se. Com você. Com a vida. Uma nova mulher surgiu: mais forte, livre, amada, confiante e determinada.
Hoje, olhando para você, me emociono e meus olhos lacrimejam gotas de admiração por quem você se tornou. Você soube fazer da doença, cura, e da finitude, eternidade. Afinal, lá no fundo da sua alma, a voz ecoa professando: ‘Está tudo bem!’ E você sabe que está.
Com amor e muito carinho,
Daniele Moreira, fundadora do @movimentoestatudobem, que propaga a cura através de fé e do movimento. 🌹
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