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canjica season
domingo: 22 de junho: então fica assim: a gente se encontra em outra ocasião. na festa junina, festa de peão, no bar da esquina. o mundo é tão pequeno afinal.

canjica season
então fica assim: a gente se encontra em outra ocasião. na festa junina, festa de peão ou no bar da esquina. o mundo é tão pequeno, afinal.

Para entrar no clima da história, essa é a música do casal de hoje. 🤏
FIRST THINGS FIRST
Quadrilha

(Imagem: Pinterest)
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
No compasso leve de uma dança imaginária, o poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade, nos conduz por uma coreografia de afetos desencontrados.
"João amava Teresa que amava Raimundo..." — e assim segue a fila dos que sentem demais por quem não os vê, dos que esperam por alguém que já foi embora antes mesmo de chegar.
É um ciclo de afetos não correspondidos, um verdadeiro carrossel de sentimentos que não se encontram.
Metaforizado pela quadrilha, o amor surge como uma dança em que os pares estão trocados e os sentimentos, desalinhados.
Quase todos estão apaixonados — e são alvo da adoração de alguém —, mas as linhas parecem estar cruzadas, e nenhum relacionamento se concretiza. Como já dizia Marília Mendonça: “quem eu quero não me quer.”
Assim, Drummond retrata o amor como uma espécie de jogo da sorte, do qual apenas alguns têm a chance de vencer.
Até que, no último verso, o poeta nos revela a reviravolta: Lili casa com J. Pinto Fernandes, que “não tinha entrado na história.”
Após tantos sentimentos frustrados, o único que casa o faz com alguém que nem fazia parte da dança.
E aí a gente se lembra: o amor não é uma questão de merecimento, lógica ou narrativa — ele simplesmente acontece.
Bem longe do romantismo idealizado, Drummond mostra que o amor, na vida real, muitas vezes, é assim: desencontrado, desajeitado e inexplicável. E, justamente por isso, profundamente humano.
BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL
Você já tem par?

(Imagem: VSCO)
Como o mês de junho tem cheiro de amor e canjica, Sophia sentiu vontade de compartilhar sua história — que, por coincidência, também começou numa festa junina.
No dia 2 de junho de 2023, Sophia foi trabalhar como correio elegante numa festa junina da faculdade.
No meio da correria e organização do evento, já era a hora da quadrilha improvisada. Ela combinou de dançar com uma amiga, já que nenhuma das duas tinha par.
Quando entrou no trenzinho da quadrilha, reparou no menino que estava na sua frente. Achou-o bonito e logo comentou com sua amiga: “Bem que ele podia me chamar pra dançar, né?”
Como se tivesse escutado, assim que o trenzinho terminou, ele virou-se e perguntou: você já tem par?
Sophia respondeu que não. Traiu o combinado com sua amiga — desculpa, Duda, rs — mas foi por uma boa causa.
Eles dançaram. Trocaram nomes, passos e olhares. Ele se chamava Rodrigo. O clima ficou meio tenso e descontraído, mas também muito gostoso.
Quando a quadrilha acabou, Rodrigo chamou Sophia para dançar novamente. Ela, que nunca teve coordenação nenhuma e sempre pisou no pé dos outros, resolveu aceitar o convite.
Deu um aviso: “olha… eu não sei dançar, tá?” Ele riu e respondeu: “fica tranquila! Eu também não.”
Era mentira. Rodrigo dançava muito bem — e Sophia pisou no seu pé umas cinquenta vezes. Mas foi tão divertido. Tão leve. Tão mágico. Foi como se o mundo ao redor tivesse desaparecido.
Quando a dança terminou, ele foi com ela ao bebedouro. Foi ali que o romance começou.
Depois disso, vieram os encontros na faculdade, os cinemas e os sorvetes. Aquela sensação gostosa de querer estar sempre por perto.
Nas férias, ele foi para Redenção, enquanto ela permaneceu em Palmas. Nessa época, Sophia tinha acabado de comprar os ingressos para o show da Taylor Swift — e estava na missão de fazer vários friendship bracelets.
Comentou isso com Rodrigo, que disse queria um também. Sophia deu para ele uma pulseira de miçangas pretas com o seu nome.
Quando as aulas voltaram, ele deu para ela uma pulseira igual à que ela tinha feito — mas com o nome dele. Contou que foi atrás da sua mãe para conseguir as miçangas — e esse foi o pedido de namoro.
É brega? Pode ser. Mas Sophia confessa que nunca tinha sido tão feliz. Tão apaixonada. Tão leve.
Hoje, eles estão juntos há quase dois anos. Ela “meio médica”. Ele quase formando.
Sophia ama as terças-feiras com Rodrigo na feira, onde comem bolo e tapioca. Ama o fato de ele ser vascaíno e odiar o Rio de Janeiro. Ama que ele é muito inteligente, mas nunca arrogante.
Ela ama enchê-lo de perguntas, sabendo que ele explicará tudo com a maior paciência do mundo.
Ela ama que ele anda com sachês de comida e pratinhos para alimentar todos os gatos e cachorros de rua que ele vê. Ela ama que a banda favorita dele é Calcinha Preta.
Ama que ele é um ótimo dançarino — e quer dançar com ele a vida toda. Ama cada oportunidade de tomar café e comer biscoito frito com ele.
Sophia espera que esse amor continue sempre assim: forró tocando, cheiro de milho assado, friozinho na barriga e quentinho na alma. Amor de festa junina, de dança desajeitada.
No fim, o que realmente sustenta é esse amor leve, que não precisa de grandes reviravoltas. Um amor que não arrebata, mas acolhe. Que todos os dias escolhe ficar — não porque precisa, mas porque quer.
Ficou curioso para conhecer a Sophia e o Rodrigo? Eles apareceram no nosso Instagram. ❤️🤏
ENQUETE DO THE STORIES
Paz ou frio na barriga?

(Imagem: VSCO)
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EXTRA
Amor também é tesão

(Imagem: Pinterest)
“O verdadeiro amor é vão.
Estende-se infinito, imenso monolito, nossa arquitetura.”
Este é um trecho da música Drão, do Gilberto Gil. Música que ele cantou no show da sua última turnê em São Paulo, com a Preta Gil, que tive o privilégio de ver ao vivo.
Drão fala sobre o amor dele por Sandrão, e que, hoje, após um grande hiato nas minhas escritas, saiu esse meu relato abaixo.
Há amores que começam com um toque. Outros, num silêncio bem partilhado.
Mas o bom mesmo — aquele que a gente lembra mesmo quando esquece — começa num olhar que diz: “vem comigo, mas sem mapa.”
Fala-se muito em amor como plenitude, mas talvez ele seja mais como uma casa em construção — às vezes com alicerce torto, às vezes com vista para o mar. Amor não é obra acabada, é arquitetura viva. É estrutura que balança e aprende a não cair.
É amor quando há calma, mas também quando há bagunça.
Quando se divide o último pedaço de pizza e o último traço de paciência. Quando se sai para viajar sem roteiro e volta com histórias que ninguém mais acreditaria — exceto quem estava ali, rindo ao seu lado.
Amor também é tesão. Não só aquele de pele suada e cama desfeita, mas o que dá tesão de viver. De fazer planos. De mandar mensagem boba no meio da tarde. É aquele arrepio que nasce quando o outro entende a pausa no seu olhar — e responde com um silêncio que abraça.
E tem o amor da conversa. Da cumplicidade que nasce quando o outro já sabe qual música te salva. Quando o riso é interno e o toque não é cobrança. É aquele tipo de amor que olha junto para o futuro, mas respeita os passados de cada um.
O verdadeiro amor é isso: um vão — como disse Gil. Aberto. Arejado. Com espaço para crescer. Para ser leve e sólido. Para dançar e para descansar. Para errar e refazer.
Um amor que, mais do que caber num “eu te amo”, constrói, aos poucos, uma arquitetura onde a vida inteira pode morar.
—
RODAPÉ
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