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bom dia. responda com sinceridade: você largaria tudo por amor?
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bom dia. responda com sinceridade: você largaria tudo por amor? talvez, quem sabe, você mude a sua resposta ao final da edição de hoje. boa leitura.
Modern Love
FIRST THINGS FIRST
(GIF: Pinterest)
A série Modern Love, lançada em 2019 pela Amazon Prime, foi inspirada na coluna de mesmo nome publicada pelo jornal The New York Times.
Desde 2004, o jornal americano publica histórias reais — e extremamente pessoais — de “amor, perda e redenção”.
Inclusive, essa coluna serviu de inspiração pra que a gente criasse o the stories, com relatos que fizessem os leitores acreditarem que o amor existe. Em suas mais diferentes formas.
No segundo episódio da primeira temporada, "Quando o Cupido é uma Jornalista Curiosa", conhecemos a história do criador de um site de relacionamentos, Joshua, e da jornalista Julie.
Em uma entrevista, ele fica surpreso quando ela o questiona se ele já se apaixonou alguma vez na vida. Ela, rapidamente, deduz que ele esconde um amor mal resolvido.
Joshua, então, abre o coração sobre a mulher da sua vida, que ele aparentemente deixou escapar.
Depois de escutar toda a história, Julie pergunta se ele tem um minuto, e começa a falar de uma paixão do seu passado. Românticos inveterados, eles acabam se reconhecendo um no outro.
O curto episódio, então, é dividido em duas metades simétricas: primeiro, ele narra seu amor desfeito, depois, ela narra o dela.
Em um determinado momento, Julie diz que o amor que vivemos no passado, inacabado, não testado, perdido, pode parecer frágil e infantil pra quem decide casar e sossegar. Mas, na verdade, é o mais puro e intenso que há.
Sem dar muitos spoilers, já adianto que o desfecho, pra cada um dos personagens, é completamente diferente.
Engolindo o orgulho pra ir atrás do que ficou perdido ou aceitando a beleza do passado pra encarar o presente, Joshua e Julie mostram que toda história de amor tem seu valor.
Ainda que muitos insistam em comparar experiências, a verdade é que cada uma existe do jeito que é. E dura o tempo que precisa durar. E tem o significado que precisa ter.
Como a vida é o que é — e não o que a gente gostaria que ela fosse —, basta abraçar as possibilidades que ela nos apresenta. Finalizando com CDA, “as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão”.
Uma história para ser lembrada
BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL
(Imagem: VSCO)
A Bárbara é uma leitora assídua do the stories. Como virginiana perfeccionista, ela está aprendendo que o amor perfeito não existe — e chegou à conclusão de que talvez já tenha vivido o seu grande amor.
Em 2018, ela conheceu o João. Embora fossem da mesma cidade, ele morava a alguns quilômetros de distância, onde estudava.
Eles tinham alguns amigos em comum, mas suas vidas seguiam caminhos completamente diferentes.
Até que um dia, logo após um término de relacionamento dele, os dois começaram a conversar sobre filmes. O papo foi rendendo, e a conversa fluía de forma incrivelmente natural.
No dia 2 de novembro, tiveram o primeiro encontro. Estar ao lado do João era fácil, e, entre amigos, música e o famoso corote azul — a bebida do momento — o primeiro beijo aconteceu.
Quando a segunda-feira chegou, o João voltou pra sua cidade, mas eles mantiveram contato. Conversavam o dia inteiro, sempre trocando sorrisos entre uma mensagem e outra.
Em julho de 2019, o João embarcaria para um intercâmbio de 8 meses. Mesmo sabendo do prazo de validade, eles resolveram aproveitar o tempo que tinham.
Passaram juntos o Réveillon, mas nem aproveitaram a festa, porque o melhor momento era quando estava “só os dois”. Era como se o resto do mundo desaparecesse.
Usando as palavras da Clarice Lispector, era um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira.
Em algum momento, no entanto, a realidade os alcançou. Em uma das conversas mais difíceis que tiveram, o João confessou que temia o dia em que deixaria a Bárbara em casa pela última vez.
Assim, em fevereiro de 2019, decidiram que era melhor encerrar a história ali. Não tinham maturidade para tocar um relacionamento que tinha data pra acabar.
Mesmo assim, se encontravam ocasionalmente. E, a cada reencontro, uma recaída. E algumas lágrimas. Sabiam que precisavam colocar um ponto final, mas era muito difícil resistir.
Entre idas e vindas, no dia 3 de agosto de 2019, o João partiu pra Irlanda. Sem se despedir.
A Bárbara lembra de sentir uma dor inexplicável às 19h, na hora do voo. Um mix de sofrimento e alívio. Finalmente acabava ali.
De algum modo, ela seguiu em frente. Terminou a faculdade e a vida continuou para os dois.
Em 2020, porém, o João retornou ao Brasil. Com a pandemia, suas aulas foram suspensas, e ele precisou ficar em sua cidade. Que era a cidade da Bárbara também.
Se esbarraram sem querer, e marcaram de se encontrar porque queriam. Logo perceberam que o sentimento entre eles era exatamente o mesmo de quando se conheceram.
Desta vez, quem tinha o tempo contado era a Bárbara. Em poucos meses, ela se mudaria para fazer um mestrado em Portugal. Mas, ao contrário da vez anterior, ela e o João resolveram lidar com o prazo de validade de forma diferente.
Decidiram aproveitar ao máximo a companhia um do outro. E foram dias tranquilos, de filmes, séries e paz — algo que a pandemia os proporcionou.
Em um desses dias, João escolheu o segundo episódio da 1ª temporada de Modern Love — "Quando o Cupido é uma Jornalista Curiosa" — e disse que a Bárbara precisava assistir. Naquele dia, ele usou uma fala do episódio pra descrever o amor dos dois:
“Tenho uma teoria. Um relacionamento é como um foguete. Você quer lançá-lo ao espaço. Só precisa de combustível suficiente para ele sair da atmosfera da Terra, e depois ele não para. Não importa o obstáculo no caminho. (...) A questão não é: 'Será que temos combustível pra vida toda?'. O que importa é o impulso inicial."
Essa frase sempre ficou com a Bárbara. Quando ela pensa no João, é ela que vem à mente.
No dia 7 de outubro de 2020, o João a deixou em casa pela última vez. Desta vez, tiveram a coragem de se despedir, algo que não conseguiram em 2019. Foi a última vez que se viram.
E, coincidentemente, em alguns dias, completam-se 4 anos desde então. Os dois perderam contato porque a Bárbara escolheu cortar laços. Teve outro relacionamento, que já terminou. Concluiu o mestrado e decidiu continuar morando em Portugal.
O João, hoje, mora em São Paulo e namora outra pessoa. Ambos seguiram suas vidas, cada um em busca de seus próprios objetivos.
Lembrar dessa história causa um pouco de confusão na Bárbara. Foi tudo tão intenso, em cada detalhe. Em cada encontro e reencontro. Todos com data de validade.
Amar assim dói muito. Mas, ao mesmo tempo, é o sabor mais puro e forte que ela já provou do amor.
A Bárbara se pergunta, constantemente, o porquê dessa história, mas ainda não tem uma resposta. Algo tão grande, tão intenso, mas que simplesmente não foi feito pra durar.
Ela não pode dizer que ainda ama o João, mas, sempre que visita o Brasil, escolhe datas estratégicas pra evitar feriados — só pra não correr o risco de encontrá-lo na sua cidade.
Talvez o amor dos dois até tivesse força para o impulso inicial, mas o tempo não era deles. Para ela, encontrar o João sempre vai ser dolorido. Porque ela sabe que vai sentir o mesmo que sentia há 4 anos.
Uma vez, ele disse que sempre sorria quando recebia alguma mensagem dela. E é por isso que a Bárbara escreveu esse texto.
Pra poder encaminhar o e-mail do the stories pro João e dizer que, de vez em quando, ela ainda assiste ao mesmo episódio de Modern Love.
Que, atualmente, ela tem o trabalho dos seus sonhos e mora em um apartamento lindo e aconchegante em Portugal. Dizer que ela torce pela sua felicidade, onde quer que ele esteja. Dizer que eles não tiveram um final feliz, mas tiveram uma bela história de amor e carinho para ser lembrada. E que isso, talvez, seja suficiente.
Se você gosta de histórias de amor de idas e vindas, essa aqui também pode te agradar. ⚠️ Spoiler: o final é bem diferente da que você acabou de ler.
O amor vence tudo?
ENQUETE DO THE STORIES
(GIF: Blue Valentine)
Ainda que alguns filmes nos façam acreditar que o amor seja a única preocupação da vida, a gente sabe que no mundo real também existem questões financeiras, psicológicas e sociais a enfrentar.
Pensando nisso, queremos saber dos nossos leitores:
Você largaria tudo por amor? |
Easy Love 💐
EDITOR’S PICK
(Imagem: Close-Up)
Ahhh, o amor… Sinta o clima do sentimento mais gostoso do mundo, siga as nossas dicas e seja feliz! 💛
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Desmotivacional. Esse perfil é um dos mais hilários do Instagram. 🤌
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De-li-ci-o-sa. Essa salada mexicana de arroz integral com milho gratinado e frango era tudo que você estava precisando. 🥗🌽🍗
Sexy mood. “Todas as coisas quentes que eu gostaria de fazer com você”. ❤️🔥
Se tudo que termina “não deu certo”, a vida é um erro?
EXTRA
(GIF: La La Land)
Estar junto há muitos anos com alguém é algo frequentemente utilizado para reafirmar publicamente o “sucesso” de uma relação.
Como se o passar do tempo significasse, necessariamente, uma qualidade, a gente usa esse critério quase como um autoconvencimento: “se já estamos juntos há mais de 10 anos, não faz sentido interromper agora”.
Querer se afastar de alguém, optar por seguir outros rumos, precisa ter um tempo certo? É só nos primeiros cinco anos que é possível? Depois do décimo já não pode?
Entendo que há uma gestão da vida compartilhada que envolve círculos de contatos, convivências, hábitos, mas isso deveria ser o único critério para que se continue junto?
Quem segue outros caminhos “jogou fora” todos os anos de uma relação?
Essas vivências não continuam conosco?
E, se uma relação “termina”, é necessariamente porque tudo que foi vivido antes “não deu certo”?
Se é assim, toda vida que vivemos, que não é eterna, “deu errado”? O término, de um jeito, pode ser o início de outro.
Nem tudo precisa ser eterno para ser válido.
Há beleza bastante em nadar, nadar e brincar na praia.
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A próxima pode ser a sua 💌
FINAL NOTES
Gostou da história que leu? A próxima pode ser a sua. Conte pra gente aquela história de amor que só você sabe e tem dentro de si. Afinal, todo mundo tem a sua.
Envie para: [email protected]
Queremos compartilhar, pelo menos um pouquinho, desse sentimento que você tem aí dentro. Você nunca sabe o que ele pode provocar nas pessoas…
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