as pequenas coisas

antes de ser grande, é preciso ser humilde. aprofunde os seus conhecimentos para fazer do mundo um lugar melhor — e não para se achar melhor do que todo mundo.

Só sei que nada sei

FIRST THINGS FIRST
David, Jacques-Louis, A morte de Sócrates é uma pintura feita pelo pintor francês em 1787

Sócrates (470-399 a.C.) foi um dos maiores filósofos da Grécia Antiga, mas, por incrível que pareça, não escreveu nenhuma das suas ideias. De hábitos simples e um tanto quanto misterioso, tudo que sabemos sobre ele veio através do seu aluno, Platão.

Usando o método socrático — que envolvia muita lábia —, o filósofo encontrava um estudioso e o fazia demonstrar todo o seu conhecimento. Depois, revelava a fragilidade desse saber e o especialista acabava concluindo que tinha muito para aprender.

  • Seguindo o raciocínio, admitir sua ignorância não seria uma derrota, mas sim a única forma de conhecer suas próprias fraquezas e ir em busca do conhecimento.

Para o filósofo, essa busca pelo saber seria o primeiro passo para alcançar a virtude. Acreditando que ninguém fazia o mal por plena consciência, defendia que o conhecimento levaria à bondade e que só teríamos paz de espírito ao fazer a coisa certa.

Resumindo… Segundo nosso amigo Sócrates, é preciso ser humilde o suficiente para ter coragem de aprender e, no final das contas, o que importa mesmo é ser uma pessoa boa.

Busque o máximo de conhecimento que você puder, mas saiba que os seus títulos não fazem de você melhor do que ninguém. Nas palavras de Cora Coralina, o saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende com a vida e com os humildes.

BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL

Dois estranhos

Mariana e Pedro se conheceram quando estavam na faculdade.

Ele era da turma do “fundão”, que matava aula para jogar sinuca e ia pro bar com os colegas quando batia o sinal. Já ela, sentava sempre na primeira carteira e era a “queridinha” de todos os professores.

Pedro ficou com quase todas as meninas da sala, mas com a Mari era só amizade. Ele contava pra ela sobre todas as suas paqueras e ainda pedia uma ajuda para não perder ponto nos trabalhos da faculdade.

O curso foi chegando ao fim e as festas universitárias foram perdendo a graça. Pedro estava ralando em um escritório e não tinha mais aquela energia para começar a beber na quarta-feira — a ressaca chega pra todo mundo.

  • No dia da formatura, Pedro se deu conta de que o campus da faculdade não faria falta nenhuma no seu dia a dia, mas seria impossível viver sem a Mari.

Gaguejando e sem muito jeito, ele foi falar o que sentia para ela. Não era bom com palavras, mas os dois já estavam acostumados a se entender pelo olhar — e o abraço apertado foi suficiente para completar o recado.

Terminaram a noite com um beijo e a Mari acordou com uma mensagem de “bom dia” e um convite para ir ao cinema.

Dividiram a pipoca e ele levou o chocolate preferido dela para comerem de sobremesa. Só de andarem de mãos dadas, sentiram aquele frio na barriga — como se fossem adolescentes —, e mal se importavam com o final do filme.

Mari lembra do sorriso que o Pedro abria sempre que ia buscá-la em casa. De como ele reparava quando ela prendia o cabelo e das tantas fotos que ele fazia questão de tirar quando ela não estava olhando — mesmo sabendo que todas seriam apagadas do rolo da câmera.

  • Em uma sexta-feira qualquer, Pedro escreveu em um guardanapo um versinho do Mário Quintana — poeta preferido dela —, e os dois resolveram oficializar o compromisso.

Não planejavam morar juntos, mas o apartamento dele ficava na rua do escritório dela. Deixando uma roupa aqui e outra ali, eles acabaram juntando as escovas de dente — e a Mari acabou ocupando todo o guarda-roupa do Pedro.

Ela só conseguia dormir depois que ele fazia cafuné e só tinha forças pra levantar quando ele a acordava dizendo que o café estava pronto. Nos dias em que enrolava muito pra sair das cobertas, ele voltava pra cama e enroscava o pé no dela, sussurrando que poderia ficar assim o dia todo.

Ainda que os filmes valorizem muito os grandes gestos, a verdade é que são as pequenas coisas que nos fazem ficar — e são pelas pequenas coisas que acabamos indo embora.

  • A Mari lembra da noite em que o Pedro chegou do trabalho e ela sentiu que alguma coisa ali estava diferente. 

Ele continuava dando risada e contando sobre o seu dia, mas não fazia mais cafuné na hora de dormir. Ainda preparava o café da manhã, mas, quando ela enrolava pra levantar, ele acabava comendo sozinho.

O Pedro passou a chegar mais tarde e a Mari não precisava mais se preocupar em esperá-lo pra jantar.

Ela lembra da última vez que foram ao cinema e de como pareciam dois estranhos voltando pra casa. Recorda do incômodo daquele silêncio e do momento em que descobriu que a distância dói mais quando a pessoa continua do nosso lado.

  • Embora muitos tentem achar o evento dramático que levou o amor embora, a Mari sabe que é nos detalhes que ele se perde. 

Ela nunca vai esquecer do dia em que abriu uma garrafa de vinho sozinha e percebeu que se sentia mais acompanhada do que no silêncio que ocupava a mesa de jantar na noite anterior.

Foi quando decidiu ir embora, sabendo que não voltaria mais. 

O Pedro estava com os olhos cheios de lágrimas, mas não pediu pra que ela ficasse. Depois de um abraço apertado, a Mari fechou a porta — e nunca mais abriu.

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Nem sempre com finais felizes, mas sempre verdadeiras. Histórias de quem realmente sentiu algo sincero diretamente entregues na sua caixa de entrada.

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