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sem palavras
você vive exigindo explicações das pessoas ao seu redor? talvez a resposta que você procura esteja no silêncio de um olhar.

Pela Luz dos Olhos Teus
FIRST THINGS FIRST

(Imagem: Pinterest | Reprodução)
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar,
Ai que bom que isso é meu Deus,
Que frio que me dá o encontro desse olhar.
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só pra me provocar,
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar.
Meu amor, juro por Deus,
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar,
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará.
Pela luz dos olhos teus
Eu acho, meu amor, que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
A canção “Pela Luz dos Olhos Teus” — que já fez parte da trilha sonora de várias novelas — foi composta por Vinicius de Moraes e lançada por Tom Jobim e Miúcha, em 1977.
Desde os olhos de ressaca da Capitu na obra de Machado de Assis, até essa troca apaixonada da música de Vinicius de Moraes, o olhar é tema recorrente na literatura e na música
Isso porque, parafraseando William Shakespeare, “as palavras estão cheias de falsidade ou de arte; o olhar é a linguagem do coração”.
Se você parar pra pensar, dá pra controlar quase todas as nossas reações corporais: o que a gente fala ou cala, quando sorrimos ou fazemos cara feia e qual música nos faz levantar pra dançar.
Por outro lado, quando alguma dessas atitudes não acontece de forma genuína, só o olhar consegue revelar a nossa real intenção.
Seja um pedido de desculpas feito com indiferença ou um “adeus” que a gente sabe que queria ficar mais, o dramaturgo inglês tem razão: o olhar é a linguagem do coração.
Então, em um mundo onde quase tudo é feito de forma racional, como não enxergar magia naquilo que foge do nosso controle?
Longe das palavras, talvez a resposta que você procura esteja no olhar de quem fala. Afinal, como já dizia Mario Quintana, “quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação”.
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BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL

(Imagem: We Heart It | Reprodução)
Foi no meio da madrugada, em meados de janeiro de 2009, que a Camila e o Rodrigo se conheceram. Nas palavras dele, “eram duas almas gêmeas com saudade do olhar um do outro”.
Na época, o Rodrigo tinha 19 anos e estava voltando de alguma festa estranha com gente esquisita.
A Camila tinha acabado de completar seus 17 e estava com as amigas no único lugar próximo de casa que poderia ir: na frente da loja de conveniência de um posto de gasolina.
Imediatamente, os dois começaram a conversar. O papo rendeu e o beijo foi consequência, mas o que marcou mesmo foi o olhar.
Ele diz que ela fazia jogo duro e parecia não estar muito a fim. Ela conta que já falava de casamento com as amigas, mas perto dele ficava séria e tinha medo de se envolver.
Eles se esbarraram em algumas festas, tiveram alguns encontros marcados, deram risada e sempre ficavam horas olhando um para o outro.
Semanas se passaram e foram muitas declarações, juras de amor e desencontros. No final, o que restou foi a saudade de um amor que adormeceu em um sono tranquilo.
A Camila fez 18 anos e aproveitou para conhecer o mundo e descobrir a beleza de ser ela mesma. O Rodrigo continuou indo em festas esquisitas e os desencontros foram espaçando no tempo.
Ela começou a namorar e viver outros amores. Ele se casou e já não acreditava mais no amor. Perdendo aquele frio na barriga de alguns anos atrás, passou a crer que a vida poderia ser um copo morno meio vazio.
Vivendo altos e baixos em seu casamento, a pandemia chegou e eles viraram estatística com mais uma separação.
Logo depois de ficar solteiro, Rodrigo tentou procurar a Camila, mas não lembrava seu sobrenome. Os 13 anos que os separaram deixaram as redes sociais em outro plano, mas ainda guardavam aquele olhar.
Ele tinha até perdido a esperança, porém, o destino é arteiro e quem viu ele em um Stories de um amigo em comum foi a Camila.
De prontidão, ela mandou uma mensagem e dois dias depois eles já estavam de encontro marcado. Dessa vez, ela trocou o postinho por um bar feio de copo sujo. Rodrigo achou o local perfeito.
E foi assim que “a luz dos olhos meus não resistiu aos olhos teus” e o pedido de namoro veio logo em seguida, com muito querer e pouco planejamento.
Ah, a gente ainda não contou essa parte, mas eles nasceram no dia 06/06 — segundo o Rodrigo, quase em homenagem ao dênius, que envia suas notícias às 06:06.
Inclusive, se você não acredita em magia, búzios ou tarô, ele aconselha a mudar os conceitos. Geminianos de almas gêmeas, os dois também nasceram no mesmo quarteirão de São Paulo e têm a mesma cicatriz na testa.
Outro dia, falando em nomes de filhos que queriam ter juntos, cada um tinha o seu na cabeça e resolveram dizer ao mesmo tempo: Caetano.
Depois disso, os meses se passaram e o óbvio aconteceu: Rodrigo comprou uma aliança para pedir a Camila em casamento, já pensando em eternizar o momento em uma viagem que estava marcada.
No entanto, a ansiedade não ajudou e, 48h depois de comprar o anel, ele fez o pedido em um domingo qualquer, de pijama no sofá da sala.
Rodrigo queria planejar tudo e criar o momento perfeito, mas existe momento mais perfeito do que dentro da própria rotina, no cotidiano da vida, que é exatamente onde passarão mais tempo juntos?
O casamento aconteceu no dia 22/07/2023 e a lua de mel foi na Itália. Agora, enfim, o Rodrigo comemora por estar junto com a Camila — “nessa vida, vinda das anteriores, torcendo para nos encontrar nas próximas, nessa eterna troca de olhares”.
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EDITOR'S PICK

(GIF: Pinterest | Reprodução)
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