in-yun

bom dia. o conceito sul-coreano in-yun pode ser traduzido como destino. mais especificamente, ele acompanha pessoas que estão fadadas a se cruzar.

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bom dia. o conceito sul-coreano in-yun pode ser traduzido como destino. mais especificamente, ele acompanha pessoas que estão fadadas a se cruzar.

Vidas Passadas
FIRST THINGS FIRST

(Imagem: Past Lives | Reprodução)

“Há uma palavra em coreano… in-yun. Significa providência ou destino. Mas é especificamente sobre relacionamentos entre pessoas. Acho que vem do budismo e da reencarnação. É in-yun se dois estranhos passam um pelo outro na rua e suas roupas roçam acidentalmente. Isso significa que deve haver algo entre eles em suas vidas passadas.”

De quantas vidas não vividas é feita uma vida? Lançando essa premissa, “Past Lives” conta a história de Nora e Hae Sung, dois namoradinhos de infância que se separam quando a família da Nora muda para os Estados Unidos.

  • Duas décadas depois, eles se reencontram em Nova York — e passam uma semana refletindo sobre “tudo que ficou pra trás”.

Misturando o desejo silencioso do filme “In The Mood For Love” e a intimidade de “Before Sunrise”, o longa da diretora Celine Song pinta um quadro sensível de tudo aquilo que ganhamos — e perdemos — com as nossas escolhas.

Nora e Hae Sung já não são mais as mesmas pessoas. Ela está casada e ele tem uma vida na Coreia. No fundo, eles sabem que aquela “sementinha da infância” não faria mais sentido no presente. Mas… “E se” tivesse sido diferente?

Na outra ponta, Arthur, marido da Nora, tem a maturidade de enxergar com ternura esse resquício do passado da sua esposa, mas ainda sofre por saber que Hae Sung conhece uma versão dela que ele nunca vai conseguir acessar.

Ilustrando isso, em uma das cenas mais lindas do filme, ele diz que ela fala em coreano quando está dormindo, e constata que a Nora “sonha em uma língua que ele jamais vai entender”.

  • Sem separar os personagens em vilões e mocinhos, “Past Lives” é uma reunião de pessoas maduras trazendo vários questionamentos.

Será que existe mesmo uma única escolha certa? Será que a gente tem só um “amor da vida”? Será que era melhor ter ficado ou ido embora? Será que ainda dá tempo de mudar o futuro?

Como já dizia Fernando Sabino, “o diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove”.

Mudando as palavras, como fazer uma escolha significa abrir mão de várias outras, é impossível saber se a nossa decisão foi melhor do que as noventa e nove que ficaram pra trás.

Resta a nós, então, aceitar que não temos o controle de tudo, e lembrar de Carlos Drummond de Andrade pra confortar o coração: “mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão”.

Se esse texto ainda não te convenceu a assistir a “Past Lives”, a gente aposta que o trailer vai te fazer ir correndo para o cinema. 👀

Como era fácil gostar de você
BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL

(Imagem: Past Lives | Reprodução)

O Mathias e a Juliana se conheceram em 2021. Ela saiu atrasada pro trabalho naquele dia, e os dois se esbarraram na estação de metrô.

  • Trocaram alguns olhares, mas como o local não era propício pra paquera, a Juliana imaginou que ficaria por isso mesmo.

Na hora de descer, ele disse que tinha achado ela linda. Jurou que não era um louco, e pediu seu número. A Juliana não costumava conversar com estranhos, mas passou seu WhatsApp.

Desde aquele dia, eles nunca mais pararam de conversar. Ficaram umas duas semanas se conhecendo virtualmente, até combinarem de ir numa pizzaria para o romance virar real.

E foi real mesmo. A Juliana lembra que o papo dos dois nunca acabava e sentiu que eles se conheciam há anos. Em suas palavras, “era muito fácil gostar do Mathias”.

  • Passaram quase um ano dividindo sorvetes, garrafas de vinho e ingressos de cinema.

Foram em museus, viajaram pra praia e ficaram incontáveis horas no telefone. Também frequentaram alguns shows de pagode e tinham a diversão garantida quando estava “só os dois”.

Ainda assim, em um determinado momento, essa sintonia não foi suficiente. O Mathias e a Juliana estavam em momentos de vida diferentes, e resolveram dar um fim na relação.

Ela imagina que os leitores vão ficar se perguntando como foi o ponto final, mas prefere focar em todas as coisas boas que aconteceram antes.

Inclusive, no aniversário do Mathias — quando eles não estavam mais juntos —, ela enviou pra ele a seguinte mensagem:

"Sei que nos perdemos no meio do caminho e isso me machuca um pouco. Porém, não deixo de ser grata por tudo que vivemos. Vez em sempre você invade meus pensamentos. Se eu disser que diariamente vai parecer exagero, então digamos que dia sim dia não, até porque tiraram aquela caneta na minha cortina, agora posso entrar no meu quarto sem lembrar de você rsrs. Não sei se é recíproco, muito provavelmente não é, mas ainda tem muito de você comigo. Às vezes tento buscar uma lógica, ser racional, mas é inútil. Não consigo pensar em outra saída que não seja outras vidas. Você mexeu comigo desde o primeiro momento que te vi e continua mexendo até hoje. Por mais que não estejas mais presente como antes, meu sentimento por ti não diminuiu. É claro que sentimento precisa ser alimentado pra continuar crescendo, mas continua igual e tá guardadinho aqui. Alimento comigo uma certeza, que quase beira a loucura, de que a gente ainda vai se reencontrar e viver tudo aquilo que imaginei pra nós. Tudo aquilo que o ano de 2022 “tirou” de nós ou que só veio pra mostrar que não era a nossa hora ainda. No meu bloco de notas, tem um texto de aniversário que eu fiz há exatamente um ano sobre como foi fácil gostar de você. Não tive coragem até hoje de apagar nossa conversa, parece que eu preciso dela pra acreditar no que vivemos. Nossas fotos continuam favoritadas. Eu sei que tivemos mais distâncias do que encontros, mas eu guardo comigo todos os momentos que passamos juntos. E viveria tudo de novo. Acho que falei demais, mas precisava disso. Ah, e feliz aniversário! Seja muito feliz, eu torço por isso acima de qualquer coisa. Te amo e te admiro pra sempre”.

Hoje, a Juliana e o Mathias estão com outras pessoas. Ela não sabe por que se lembrou dessa história, mas decidiu compartilhar. Talvez não seja nessa vida ainda, mas quem sabe eles não se encontram na próxima?

And life goes on ❤️
EDITOR’S PICK

(Imagem: Past Lives | Reprodução)

A edição de hoje te fez revisitar algumas memórias? Em vez de sofrer pelo que passou, acolha os seus sentimentos, curta a nostalgia e siga as nossas dicas. 🥹

  1. Você gostou de Past Lives? Esse filme aqui tem uma “vibe” bem parecida — e uma fotografia de tirar o fôlego. 🍿

  2. O Carnaval acabou, mas a malemolência é eterna. Assista a esse vídeo e continue no clima. 🎧

  3. Descrito como um “Sex and the City para millennials”, o livro Tudo o que eu sei sobre o amor traz relatos divertidíssimos sobre o drama e a comédia da vida adulta. 📚

  4. Para os amantes da Airfryer. As bananas cortadas em pedacinhos, a massa perfumada com canela e a casquinha crocante de açúcar deixam este muffin irresistível.👩‍🍳

  5. Alerta gatilhos. Aqui está a seleção de vídeos mais gostosa que você vai ver hoje. 🔥

A gen Z só quer saber de “situationship”
EXTRA

(GIF: Gifer | Reprodução)

Not single, not taken…Just in a “situationship”. Se você passou a vida inteira tentando evitar aquela zona cinzenta entre uma relação casual e um namoro, ela parece ser o novo padrão da geração Z.

  • Chamada de “situationship”, o que está acontecendo entre os jovens é um acordo informal entre pessoas que compartilham conexões físicas e emocionais.

Emocionais? É sério? Sim. Os membros da gen Z não querem só o “contatinho pra sexo”, logo, essa situação também abrange idas ao cinema, sorvetes no parque e conversas profundas.

O novo padrão de relacionamento, então, mostra que os jovens ainda têm interesse no bom e velho romance — mas estão descobrindo novas formas de satisfazer esse desejo.

De onde veio o termo? O “situationship” começou a ganhar força em 2020, até atingir recordes de pesquisas no Google em 2022. No TikTok, vídeos com a hashtag já foram vistos quase 900 milhões de vezes.

  • Segundo os pesquisadores, o interesse pelas “situações” é mundial e independe de etnias, gêneros e orientações sexuais.

Tá, mas qual o objetivo disso? Atualmente, esses acordos resolvem a necessidade de sexo, intimidade e companheirismo, mas não têm necessariamente “um horizonte de longo prazo".

Um exemplo disso seriam dois universitários cursando o último ano, que não querem progredir para um relacionamento mais sério já que novos empregos podem levá-los para cidades diferentes.

Ainda segundo os estudiosos, as “situações” estão tão em alta por desafiarem o “elevador do relacionamento”, que determina que as parcerias íntimas precisam atingir marcos convencionais, como noivado e casamento.

🚨 Estar em uma “situationship” tem vantagens e desvantagens, mas a ausência de rótulo não significa que as pessoas não devem se respeitar e estabelecer um diálogo de confiança.

Você já esteve em uma "situationship"?

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A próxima pode ser a sua 💌
FINAL NOTES

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