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teimosia suave
domingo: 23 de novembro: insistir no amor é ficar escutando o silêncio do outro até que ele vire palavra.

teimosia suave
insistir no amor é ficar escutando o silêncio do outro até que ele se transforme em palavra.

Para entrar no clima da edição, a dica é escutar esta música aqui. 🌹
FIRST THINGS FIRST
Solidão, sorte e encontro

(Imagem: VSCO)
Amor é um misto de bancar a solidão com ter sorte, atravessado por um encanto com um outro que insiste.
A frase da psicanalista Ana Suy aborda três movimentos fundamentais do amor: solidão, sorte e encontro.
Inclusive, o que ela costuma fazer é justamente costurar essas três camadas para mostrar que amar não é um acontecimento mágico, mas um trabalho profundamente humano.
“Bancar a solidão” não é fazer voto de isolamento, mas reconhecer que ninguém chega inteiro ao amor se não souber, ao menos, sustentar a própria vida sem desabar no colo do outro.
Amar exige certa firmeza interna, um “aguentar-se”, um saber existir consigo mesmo.
É não se misturar a ponto de desaparecer.
É construir um chão firme para poder caminhar ao lado.
Mas como nem tudo depende de nós, a sorte entra como aquilo que escapa qualquer planejamento.
Por mais que a gente se prepare, leia e se conheça, existe sempre um fator de acaso: um encontro que poderia não ter acontecido ou uma pessoa que poderia não ter cruzado o nosso caminho.
Como já dizia Rubem Alves, na infinita possibilidade de lugares, na infinita possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram.
Mas como amor é construção, o “encanto com um outro que insiste” introduz a dimensão da continuidade — não basta uma fagulha inicial; é preciso alguém que retorna, demonstra interesse e permanece.
Este encanto não é arrebatamento ingênuo, mas o reconhecimento do brilho de alguém que escolhe ficar, que se mantém presente e que insiste no vínculo de maneira viva.
Finalizando com as palavras de Valter Hugo Mãe: “gostarmos de alguém, mesmo quando estamos parados durante o tempo de dormir, é como fazer prédios ou cozinhar para mesas de mil lugares. Mas amar é um trabalho bom.”
BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL
Breu mesmo é estar sem você

(Imagem: Pinterest)
Roberta sempre escreveu para entender o que sentia. Mas, dessa vez, ela escreve para contar sobre um amor que foi embora — e voltou pelas mesmas ruas.
Ela conheceu Mylla no Tinder, em 2020, bem no auge da pandemia, quando o mundo parecia pequeno, perigoso e suspenso.
Roberta era uma pessoa que passava álcool até no pensamento, não saía de casa e não encostava em nada vivo ou não-vivo.
Com Mylla, conversava como se o fim do mundo tivesse hora marcada para amanhã — e elas ainda pudessem rir hoje.
Falavam de tudo. Dormiam no “boa noite, vai dormir” e acordavam no “bom dia, ainda tá aí?”. Assistiam doramas “juntas” e Mylla viu Naruto só porque Roberta amava — prova irrefutável, segundo Roberta, de que Mylla já estava apaixonada.
Marcaram de se ver no ano seguinte, em janeiro de 2021. A sensação era semelhante à da frase de Antoine de Saint-Exupéry: “se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz.”
E quando finalmente se encontraram, Roberta lembra de tremer horrores. Falou sem parar, puxou Mylla pelo dedo quase o caminho todo até ter coragem de segurar a mão inteira.
Depois disso, deixou que Mylla a guiasse pela Cidade Alta, pelos lugares favoritos dela — como quem abre o próprio mapa e o próprio coração.
No fim, foram ao Delícias do Mate. Mylla pediu mate limão com gelo e açúcar sem bater, o favorito dela. Roberta achou um crime contra o paladar. Odiou — mas amou estar ali.
Chegou em casa com um sorriso de uma ponta a outra, como quem guarda na memória algo que ainda nem sabe nomear.
A verdade é que Roberta já estava entregue antes do beijo, antes de segurar a mão inteira. Mas, por ter sentido tanto, fugiu. Achou que não merecia alguém como ela e inventou desculpas. Foi embora.
Então, Mylla escreveu versos que, até hoje, marcam a volta delas e a caminhada pelas ruas da cidade:
“As ruas da cidade guardam cada palavra que eu quis te dizer e nunca pude.
Me perco no caminho entre a Deodoro e a Rio Branco tentando desviar da lembrança daqueles poucos minutos que minha mão e a sua caminharam juntas.
Você sempre me contou como a sua cidade era cheia de ruas escuras e desertas e disse que ninguém deveria arriscar se perder ali.
E eu digo, breu mesmo é estar sem você.”
Mesmo distante, continuaram se tropeçando — no pensamento, no coração e na saudade. Roberta acompanhava de longe, morrendo de ciúmes, achando que devia ser ela ali.
Mas o tempo passou, teimoso e justo, até que o destino fez o que só ele sabe: unir novamente o caminho delas.
Roberta tinha silenciado Mylla nas redes para não ver mais nada dela com a namorada. Mas, do nada, Mylla voltou a aparecer no feed: solteira — e elas voltaram a conversar.
No segundo encontro, Mylla olhou Roberta do mesmo jeito. As ruas eram as mesmas. A mão também. O mesmo dedo que virou mão.
Nada tinha mudado — e, mesmo assim, tudo era novo. Depois disso, Mylla escreveu novamente:
“Amor daqueles que sempre adiam a partida para te ver acordar mais uma vez.
Uns meses atrás seria impossível imaginar dividir o mesmo espaço com você, e agora tô eu aqui, planejando dividir a vida toda.
Eu sempre achei que amar alguém era a entrega mais bonita que poderia ser dada ao universo e tenho aprendido que estar disposto a amar alguém todo dia é uma batalha… e que bom que a gente se escolheu.”
Foi ali que Roberta parou de fugir. Deixou o medo de lado e escolheu seguir o coração. Escolheu ficar.
Hoje, Roberta e Mylla estão juntas há dois anos. Têm sua casa, suas coisinhas e a Zola — que, segundo Roberta, é basicamente ela em versão pet: cheia de personalidade, preguiça e drama.
Zola e Mylla se amaram no primeiro olhar — Roberta diz que é porque ambas têm um ótimo gosto.
Roberta ainda desconhece exatamente por que Mylla ficou. Pode ser porque amor não é lógica; é insistência. É aquela fé infantil que cai, chora, levanta e tenta novamente. Mylla acreditou nelas quando Roberta não acreditava em si mesma — e isso vale por tudo.
Ela é grata porque o amor esperou, voltou e ficou. A cidade ainda tem becos escuros, mas, desde que Mylla entrou na sua vida, nunca mais houve breu.
Ficou curioso para conhecer Roberta e Mylla? Elas já apareceram no nosso Instagram. 🧸
ENQUETE DO THE STORIES

(Imagem: VSCO)
Você acredita que vale insistir no amor? |
RESULTADO DA ÚLTIMA ENQUETE
61,85% de vocês (527 pessoas) votaram que “é melhor viver um amor tranquilo do que intenso.”
Abaixo, algumas respostas de destaque:
→ (Tranquilo) “O amor tranquilo é intenso nas coisas boas, inclusive na paz. É o que possibilita viver a paixão (e o amor em si depois) com a certeza e a segurança do que se tem. Amor tranquilo colore a vida sem ameaça.”
→ (Intenso) “Votei nessa porque não tinha opção que se encaixava no que penso. Acho que intenso e tranquilo não se anulam. Dá pra viver um amor com os dois simultaneamente e essa seria uma das melhores formas de amar.”
→ (Depende da fase da vida) “Ambos tem muito a nos ensinar. Dependendo da fase da vida, faz bem para alma, para o coração e para o nosso eu do futuro viver um amor intenso. Com o decorrer dos anos, o aproximar da maturidade, o amor tranquilo nos permite equilibrar melhor nossos sentimentos.”
EDITOR’S PICK
Sunday’s Love ❤️🔥

(Imagem: vienna.sz)
Aproveite o clima de amor, siga as nossas dicas e seja feliz! 🥰
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CARTA ABERTA
Mês que vem, talvez

(Imagem: VSCO)
Eu queria te conhecer mês que vem
Num descuido da vida
Desses que pegam a gente de surpresa
Eu queria esbarrar contigo
no mercado, na academia ou no banco da igreja.
Queria perguntar teu nome e ver, pela primeira vez, teu sorriso.
Sentir meu coração acelerar só de te ver diante de mim.
Eu queria puxar um assunto bobo e ver teus olhos castanhos intensos me olharem.
Eu queria marcar um encontro qualquer.
Podia ser naquele trailer que vende hambúrguer artesanal.
Quem sabe, voltando para casa, a gente desse um beijo ouvindo “Sweet Home Alabama”.
Queria te chamar para ver um filme.
Fazer vários “nadas”
e deitado no sofá perceber que o teu abraço tem aconchego de lar.
Queria sentir o cheiro do teu cabelo,
ver um sorriso sem jeito aparecer depois que eu beijo teu pescoço.
Eu queria tomar um café contigo,
e eu não me importaria se não tivesse um bolo para acompanhar.
O teu rosto já é doce suficiente para mim.
Eu queria te conhecer agora,
quando nós dois já estamos de saída.
Depois que a gente se feriu,
sem a intenção de machucar.
A gente sangrou e não viu.
Aos poucos, o caminho que trilhamos chegou a nos curar.
Hoje, eu olho a pessoa ímpar que se vai,
e, sem pesar, entendo que é melhor parar.
Porque insistir é se ferir ainda mais.
Vai doer para nós,
mas se, mês que vem, você encontrar alguém,
essa pessoa terá a sorte de ter alguém que é luz, intensidade e lealdade.
Se você encontrar alguém mês que vem,
eu realmente quero que você seja feliz,
mas também queria que essa pessoa fosse eu.
O teu espaço sempre permanecerá aqui,
E eu sei que vou me enganar pensando assim,
mas teu quarto no meu peito está tão arrumado.
Se tudo que precisa ser, será.
Quero que saiba que se você voltar, encontrará nossas lembranças todas lá: cartas, fotos, receitas para fazermos juntos e planos.
Tudo estará lá.
Se você quiser voltar, pode chegar,
Pode ser hoje ainda,
Não espere que seja no mês que vem...
—
RODAPÉ
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A próxima pode ser a sua 💌
FINAL NOTES
Gostou da história que leu? A próxima pode ser a sua. Conte pra gente aquela história de amor que só você sabe e tem dentro de si. Afinal, todo mundo tem a sua.
Envie para: [email protected]
Queremos compartilhar, pelo menos um pouquinho, desse sentimento que você tem aí dentro. Você nunca sabe o que ele pode provocar nas pessoas…
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