testemunha

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“a sua vida não passará sem ser notada, porque eu estarei lá para notar. sua vida não ficará sem testemunhas, porque eu serei a sua testemunha.”

FIRST THINGS FIRST

Por que as pessoas se casam?

Em uma cena do filme Vamos Dançar?, um advogado pergunta à personagem de Susan Sarandon por que as pessoas se casam.

• Saindo totalmente do clichê, ela responde que “precisamos de uma testemunha para nossa vida.”

Ao dizer que “no casamento você se compromete a se importar com tudo”, ela expressa algo que todos desejamos, mas raramente sabemos como pedir: ser vistos de verdade.

Em meio a bilhões de pessoas no mundo, a nossa vida parece pequena. Mas quando alguém escolhe nos amar — de verdade, com presença e com cuidado — é como se dissesse: “Eu vejo você. Sua existência me importa.”

E notar, nesse caso, não é apenas observar, mas se importar — com tudo. Com as alegrias, os medos, o tédio e as falhas. O compromisso não é com a perfeição do outro, mas com a existência dele.

• É prometer que os dias comuns, as falas repetidas e até os momentos sem brilho não passarão despercebidos.

Ser testemunha é isso: não exigir grandeza, mas estar presente para tudo. Para o que é bonito e para o que pesa.

É um jeito de dizer: mesmo que o mundo não pare, eu paro por você. Eu reparo. Eu lembro. Eu fico.

APRESENTADO POR INSIDER

Lembrar é um jeito de continuar sentindo

Algumas memórias se escondem nos detalhes: na música que tocava no carro, no cheiro daquele perfume antigo, na última foto tirada antes do amor virar saudade.

E, quando o tempo passa, só resta o que a gente conseguiu guardar.

Uma roupa também pode fazer parte disso… Tem aquela blusa que a gente usa nos dias felizes. O moletom que virou companhia nas noites em que o mundo parecia grande demais.

Ou o look que, sem querer, apareceu em quase todas as fotos boas do mês.

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Saindo da parte poética…

BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL

To the moon and back

Guilherme e Júlia se conheceram em 2019, na Full Sail University, na Flórida. Os dois fizeram o mesmo curso, negócios do entretenimento — mas ela estava fazendo o bacharel; ele o mestrado.

Guilherme estava esperando para entrar em uma aula quando conheceu uma brasileira que estava com a Júlia. Ele se apresentou rapidamente, pois precisava entrar na aula.

Mas, desde então, ele ficou pensando nela. Naqueles olhos lindos e o cabelo cacheado. Queria saber mais sobre ela.

• Foi a um evento da faculdade só porque sabia que ela estaria lá, mas os dois nem conversaram.

Guilherme respondeu um áudio de um amigo em voz alta, pensando que, depois que terminasse a gravação, ela perguntaria: Ah, você também é brasileiro? Mas isso nunca aconteceu.

Com o tempo, foram frequentando mais eventos. Criaram uma amizade, especialmente pela paixão dos dois por música e cinema.

Toda vez que havia uma oportunidade de estar com ela, Guilherme dava um jeito. Só para conversar mais um pouco.

• Alguns meses depois, em janeiro de 2020, entre alguns olhares e drinks, o primeiro beijo aconteceu.

Nesse mesmo mês, começaram a fazer mais coisas juntos. Júlia foi ao shopping com o Guilherme para que ele comprasse o presente de um amigo. No dia seguinte, ele preparou strogonoff para ela no almoço.

O primeiro date oficial foi no Valentine’s Day, em uma hamburgueria chamada The Hangry Bison.

Nos meses seguintes, ambos tinham planos focados na carreira. Em março, ele iria como voluntário no festival South by Southwest, no Texas, e ela, em maio, iria se voluntariar no festival de cinema de Cannes, na França.

Um pouco antes da viagem para o Texas, Júlia mandou um dos seus trabalhos para o Guilherme dar uma olhada. Sem que ela pedisse, ele corrigiu tudo — e ela percebeu que ele realmente se importava.

No dia que o Guilherme viajaria ao Texas, precisaria sair muito cedo para o aeroporto — e ele não tinha carro. Sem que ele pedisse, Júlia insistiu em levá-lo. Aí ele viu que tinha uma companheira ao seu lado.

• Guilherme teve que se adaptar em muitas coisas. Precisou crescer e amadurecer muito, porque aquele era o seu primeiro grande relacionamento.

Júlia sempre o fez sair da zona de conforto, sair da rotina. Até hoje, isso ainda é difícil para ele, mas não tanto quanto antes. Graças a ela, tudo ficou mais leve, mais fácil e com mais amor.

Em junho de 2021, Guilherme teve que voltar ao Brasil, pois seu visto estava prestes a vencer. Na época, a fronteira com os Estados Unidos estava fechada, e eles não sabiam quando se encontrariam novamente.

• Sabiam das dificuldades do relacionamento à distância, mas resolveram tentar mesmo assim.

Conversavam por horas no FaceTime e assistiam filmes juntos, cada um segurando o celular. Se enviavam flores e sobremesas diferentes — Guilherme até se arriscou nos poemas, pois sabia que ela gostava.

Em novembro de 2021, as fronteiras foram abertas. Guilherme juntou tudo o que tinha economizado e, no mês seguinte, foi passar mais de 30 dias com a Júlia.

• E foi nessa viagem, no dia 21 de dezembro de 2021, que ele recitou um poema ajoelhado — e pediu o amor da sua vida em casamento.

Guilherme estava tão nervoso que abriu a caixinha de ponta cabeça. Júlia estava linda, com um vestido azul e branco e aquele sorriso contagiante. Foi um dos dias mais felizes de sua vida.

Em março de 2023, Júlia soube que teria que mudar-se para Nashville por conta do trabalho. Os dois aceleraram o processo do visto, e, em abril, foram juntos para o Tennessee.

• Casaram-se alguns meses depois, reunindo seus pais, suas irmãs e alguns amigos. Tudo muito íntimo, bem a cara deles.

Durante esse período, adotaram uma gatinha, Minerva McGonagall — pois a Júlia adora Harry Potter. Nas palavras do Guilherme, “já começaram a criar sua pequena família.”

Foram a vários shows, de Sam Smith, Måneskin, Story of the Year e Hozier até Noah Kahan, o compositor Hans Zimmer e Red Hot Chili Peppers — ele lembra até hoje dela emocionada cantando Under the Bridge.

Entre todos os aprendizados da vida de casado, nada faz o Guilherme mais feliz do que testemunhar a vida da Júlia.

Ele ama como ela sempre está disposta a experimentar novos tipos de cozinha. Adora que o seu humor consiga quebrar um pouco da timidez e seriedade dela. Também adora quando ela o faz rir — sobretudo com comentários aleatórios.

• Guilherme ama os abraços da Júlia, seus beijos e como ela se importa com ele, mesmo sendo dura quando precisa.

Ele adora que os dois ainda briguem para ver quem fará os afazeres da casa. Adora poder surpreendê-la, seja com palavras, presentes ou jantares. Adora que os dois sempre cuidam um do outro.

Amanhã, dia 21/07/2025, eles completam dois anos de casamento. Os primeiros dois anos de uma longa trajetória juntos — e Guilherme pode dizer que seu amor pela Júlia só aumenta.

“Vida, feliz 2 anos de casamento. Sei que não sou perfeito, mas sempre vou me esforçar ao máximo para poder te fazer feliz, seja com um simples presente ou algo que você não espera. Eu te amo mais do que tudo. Obrigado por me desafiar, por me fazer querer ser 1% melhor a cada dia. Obrigado por estar sempre ao meu lado e me permitir ver seu crescimento e poder te acompanhar nessa jornada chamada vida. To the moon and back. To the infinity and beyond, and everything in between.”

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CARTA ABERTA

O que eu tenho aprendido sobre o amor

Neste final de semana, me peguei rindo de mim mesma comprando produtos de limpeza para o apartamento do meu namorado. Enquanto ele trabalhava, eu estava no apartamento dele com a faxineira ajudando na faxina. Acho graça porque, há alguns anos, eu condenaria essa atitude. “Eu não vou limpar a casa de homem nenhum”, eu falaria.

Jogando buraco com meus pais e meu namorado algumas horas depois, surge a pergunta do meu pai: “o que é amar, loira?” (é assim que ele chama minha mãe há mais de 40 anos). “Amar é querer amar”, disse ela, com aquele jeitinho charmoso. Meu pai rebateu: “amar é amar!”

Penso que ele tem esse jeito mais ativo, pega lá e faz, vai lá e ama, enquanto minha mãe é guiada pela ponderação e pela racionalidade. Cada um define do seu jeito e ama do seu jeito (mas ama!).

Minha mãe e meu pai estão juntos há mais de 40 anos porque são, na prática, o que Carla Madeira escreveu: “acordo e caso, depois passo o café.” Amar, pai, é me pedir para não chatear minha mãe quando você viu o trabalho e o zelo que ela teve em organizar os enfeites da casa em um sábado a tarde.

Em agosto, serei madrinha de um casal que me ensinou muito sobre o amor. Morei com a Bu e o Gui em Londres durante 1 mês, e eu ficava observando como eles sempre desciam a escada do apartamento, dando gargalhadas, se divertindo um com o outro, rindo um do (com) o outro — acho que o amor é poder rir de si mesmo.

Todo dia, o Gui perguntava para a Bu: “O que você quer comer, love?” E preparava com o maior carinho um café da manhã gostoso. Bu amava de outra forma; ela só queria estar com ele, na companhia dele. Para que ele não cozinhasse à noite, ela pedia uma comida gostosa e esperava, ansiosa, ele chegar do trabalho. Ela me contava o quanto eles eram também amigos e conversavam sobre tudo — ou pelo menos sobre quase tudo.

Esses três recortes cotidianos desse sentimento e ato gostoso de amar e de ser amado, e penso que o que eles têm em comum é que todos esses amantes abriram mão de algo para estar ali, apostando naquilo e apostando naquela parceria.

Eu, do meu lado, tive que atravessar muitas fantasias na minha análise para me permitir amar, gostar e achar graça de cuidar da casa enquanto meu namorado vai trabalhar.

“É preciso uma coincidência qualquer para que o amor se instale. Existe um certo milagre nos encontros. Não é tolo dizer que o amor é sagrado.”

Um professor e amigo uma vez disse: “o que é o amor eu não sei, mas um amor é uma oportunidade.” Se o encontro tem esse quê de sorte, acrescento aí que cabe a cada um de nós saber amar a sua forma, a abrir mão de algumas coisas para poder viver essa oportunidade.

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