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você sabe dançar?
domingo: 16 de novembro: “o casamento é como uma dança: por mais que o casal dê um passo pra cada lado, as mãos nunca se soltam.”

você sabe dançar?
“o casamento é como uma dança: por mais que o casal dê um passo pra cada lado, as mãos nunca se soltam.”

Não comece a ler a edição antes de dar play nesta música aqui. 💙
FIRST THINGS FIRST
Não sei dançar

(Imagem: Getty Images)
Às vezes eu quero chorar, mas o dia nasce e eu esqueço
Meus olhos se escondem onde explodem paixões
E tudo que eu posso te dar é solidão com vista pro mar
Ou outra coisa pra lembrar
Às vezes eu quero demais e eu nunca sei se eu mereço
Os quartos escuros pulsam e pedem por nós
E tudo que eu posso te dar é solidão com vista pro mar
Ou outra coisa pra lembrar
Se você quiser, eu
Eu posso tentar, mas
Eu não sei dançar tão devagar
Pra te acompanhar
Eu não sei dançar tão devagar
Pra te acompanhar
Pra te acompanhar
Esta música da Marina Lima é uma metáfora delicada sobre o amor como dança — e sobre o desencontro de ritmos.
Amar, aqui, é um convite para mover-se junto, para encontrar o compasso do outro sem se perder do próprio. Mas, o eu lírico confessa: “eu não sei dançar tão devagar pra te acompanhar”.
É como se dissesse que sente demais, que o corpo pulsa mais rápido do que o amor do outro permite.
Há uma dor suave nisso — e não é a do desamor, mas a de quem ama intensamente, num tempo em que a maioria só ensaia os passos.
Marina fala desse descompasso com uma ternura triste: de um lado, o desejo que explode e as paixões que acendem os olhos; do outro, a impossibilidade de transformar tudo isso em permanência.
“Solidão com vista pro mar” é o retrato perfeito desse sentimento: a solidão que não é vazia, mas cheia de beleza, lembranças e tudo aquilo que poderia ter sido.
Usando a dança como metáfora, o eu lírico compreende que há pessoas que vivem o amor na superfície, enquanto outras mergulham, mesmo sabendo que é profundo e que pode doer.
Marina canta de um lugar de intensidade rara, de quem não se contenta com o raso, mas também já entendeu que nem todos sabem dançar no mesmo ritmo.
E o mais bonito é que ela não transforma isso em amargura: apenas aceita. Porque, às vezes, amar é isso: reconhecer o próprio tempo e seguir dançando — ainda que sozinha.
BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL
Mas o maior deles é o amor

(Imagem: VSCO)
Casamentos sempre emocionaram Giuliana. Inclusive, ela se lembra nitidamente do primeiro em que foi como acompanhante de Nuno — na época, apenas seu namorado.
O relacionamento ainda era recente, e aquele convite parecia um passo importante. Para ela, era um sinal de compromisso; para ele, segundo confessaria depois, foi um teste. Onze anos depois, o resultado está aí: Giuliana passou.
Combinaram de se encontrar diretamente na igreja. Mas, assim que ela chegou à Nossa Senhora do Brasil, recebeu uma mensagem: Nuno se atrasaria. Sem conhecer ninguém, escolheu um assento discreto no fundo e esperou.
Pouco depois, o coral anunciou o início da cerimônia e a marcha nupcial encheu o espaço. Bastaram os primeiros acordes para que seus olhos marejassem, tomada pela emoção — ainda que não conhecesse os noivos.
O padre começou a falar, saudando o casal com carinho. Mas os nomes que pronunciava não eram aqueles que Nuno havia mencionado.
Giuliana então percebeu: estava no casamento errado. Chorara por desconhecidos que nem sequer teria a chance de conhecer.
Trinta minutos depois, a cerimônia se encerrava. A igreja esvaziou-se, exceto por ela — ainda sentada, rindo de si mesma e aguardando Nuno, que chegou com o ar atrapalhado de quem confundira o horário.
Uma hora depois, ela se emocionava novamente, agora sim, no casamento certo — e, enfim, poderia brindar aos noivos verdadeiros com uma taça de champanhe na festa.
Anos se passaram e, na semana anterior, Giuliana viveu mais uma dessas cenas que ficam guardadas na memória: o casamento de uma amiga querida, em uma fazenda linda banhada pela luz do fim de tarde.
A noiva, deslumbrante, parecia uma princesa da vida real caminhando em direção ao seu amor. Giuliana, emocionada, riscou mais um item de sua “to-do list casamenteira”: chorar de felicidade por amor alheio.
Durante a cerimônia, o padre disse uma frase simples, mas que ficou ecoando na cabeça dela por dias:
O casamento é como uma dança: por mais que o casal dê um passo para cada lado, as mãos nunca se soltam.
Giuliana entendeu o motivo de ter se identificado tanto com aquelas palavras. Nos últimos três anos, sua vida e a de Nuno havia mudado de ritmo duas vezes.
Primeiro, quando se mudaram para os Estados Unidos; depois, quando decidiram voltar ao Brasil. Em cada uma dessas fases, um deles assumiu a condução da dança.
Na ida para Nova York, foi Giuliana quem liderou o passo. Chegou primeiro, desbravando a cidade que nunca dorme, enquanto seu trabalho ditava o compasso daquela nova vida.
De volta a São Paulo, foi a vez de Nuno conduzir. E ela, de bom grado, deixou-se guiar — mesmo que, às vezes, ainda se sinta na ponta dos pés sobre os sapatos dele, tentando acompanhar o ritmo.
Mas o essencial permaneceu o mesmo: nesse tango alucinado que foi a vida a dois nos últimos 36 meses, as mãos nunca se soltaram.
Curiosamente, o único casamento em que Giuliana não chorou foi o seu, em 2021. Ela não sabe ao certo o que conteve suas lágrimas na cerimônia, mas, com certeza, falta de emoção não foi.
Na verdade, Giuliana acredita que estava feliz demais para deixar que qualquer coisa embaçasse a visão da sua própria história de amor.
Hoje, com a companhia de Lola — a cachorrinha que chegou em 2020 e completou a família — Giuliana e Nuno vivem o melhor momento do relacionamento.
Às vezes, ao som de uma música qualquer que toca no rádio da sala, ele estende a mão para ela. Giuliana aceita o convite, os pés se encontram e Lola observa atenta, girando o rabo como se também marcasse o compasso.
E, ali, no meio da sala, entre risadas, passos trocados e pequenas distrações, os dois seguem dançando — exatamente como o padre dissera um dia: de mãos firmes, sem jamais se soltarem.
Talvez seja por isso que aquela passagem lida pela irmã do noivo, no casamento da amiga, tenha ficado gravada na memória de Giuliana. Afinal, no fim, nenhuma explicação sobre o amor é mais verdadeira do que essa:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, nada seria.
[...] Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor.
Mas o maior deles é o amor.”
— Coríntios, capítulo 13
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(Imagem: We Heart It)
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CARTA ABERTA
Já é uma parte de mim

(Imagem: Pierrot le Fou)
Sinto sua falta todos os dias — já é uma parte de mim.
É uma forma do meu corpo de te manter por perto, já que nesses últimos dias, venho tendo dificuldade em lembrar da sua voz. Me conforto em saber que o seu cheiro está guardado lá no fundo — e que, se por acaso eu der uma respirada forte, ainda consigo sentir.
Apesar de querer te esquecer, quando percebo as pequenas nuances físicas de você se esvaindo de mim, choro, me apegando a qualquer coisa que ainda te guarde no meu coração.
Mas você continua aqui: quando eu assisto a um jogo do Cruzeiro, quando, por vezes, toca um Gilberto Gil, Milton Nascimento, ou quando, pela milésima vez, vou assistir The Office. Às vezes, você aparece também nos meus sonhos — e aí entendo como uma forma carinhosa do universo de me ajudar a te ver nesse intervalo que não tenho sua presença.
De vez em quando, dou de cara com suas blusas e com as cartinhas de amor que não foram entregues para você. É aí que a saudade aperta forte, porém sempre leve, como nossas manhãs de beijinhos com gosto de café, pão de queijo e um tabaquinho bolado por você, é claro.
Sua falta é clara, meu amor... Sei que talvez este não seja o nosso momento, mas deixo o meu recado ao som da música que você me enviou, dos Paralamas: se você lembrar, se quiser jogar, me liga!!
- S.M
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RODAPÉ
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